O Protetor: Capítulo Final

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"O Protetor: Capítulo Final": seria o "adeus" a uma franquia de ação implacável?

O Protetor: Capítulo Final, como o próprio título diz, está sendo anunciado como a conclusão de uma trilogia, embora seja apenas uma sequência “mais do mesmo”, o que pode ser uma coisa boa para quem gostou dos dois primeiros.

O diretor Antoine Fuqua e a estrela Denzel Washington aderiram à fórmula, que é parcialmente derivada do programa de TV dos anos 1980 e parcialmente influenciada pelos filmes Desejo de Matar, e evitaram ir muito longe com este terceiro episódio. E, embora não haja nada no filme que impeça novos episódios, os 67 anos de Washington (67) seriam o maior impedimento.

Narrativamente, o longa enfrenta problemas ao expandir sua trama para incluir uma operação da CIA, uma rede internacional de drogas e terrorismo no que é (ou deveria ser) uma história bastante direta sobre a busca de um homem para derrubar uma família mafiosa. Todo esse material adjacente, incluindo a introdução da agente Emma Collins (Dakota Fanning), dá uma diluída na história principal. Nem tudo está bem integrado e cria um pouco de confusão. Além disso, o final é um pouco anticlimático, com o vilão, que parece imparável durante a maior parte do tempo, subitamente vulnerável.

A inclusão de Collins é o elemento mais intrigante do filme porque sua presença é a que menos importa. Se alguém criasse um corte do filme em que ela fosse excluída, nada se perderia. Talvez os cineastas estejam considerando Fanning como uma possível substituta de Washington, para uma futura sequência ou spin-off. Embora seja bom ver Washington e Fanning reunidos 19 anos depois de Chamas da Vingança (quando Fanning tinha apenas 10 anos de idade), isso não é justificativa suficiente para ela estar neste filme.

O lado da história centrado em McCall trata-se do tipo de história que esperamos desta franquia: um apocalipse violento para bandidos nas mãos de um vigilante imparável. Como o título indica, McCall existe para fornecer às pessoas comuns um defensor quando são ameaçadas por forças malignas de grande poder e influência. Seus métodos costumam ser brutais, o que faz dele um ser em extinção em um mundo onde normalizou-se a “censura livre”. Ele não tem escrúpulos ao matar bandidos. Se os bandidos forem, como sugere um personagem, um “câncer”, ele vê a remoção como a cura.

No início do filme, durante uma missão na Sicília, McCall comete um erro e acaba com uma bala nas costas. Levado para a pequena vila de Altamonte (perto de Nápoles) por um gentil policial, Gio Bonucci (Eugenio Mastrandrea), McCall é salvo da morte por um médico local de bom coração, Enzo Arisio (Remo Girone). Enquanto se recupera dos ferimentos, McCall descobre que Altamonte está sob o domínio de uma família mafiosa liderada pelos irmãos Vincent (Andrea Scarduzio) e Marco Quaranta (Andrea Dodero). Uma vez curado, McCall assume a responsabilidade de intervir. Quando as boas maneiras não conseguem convencer os Quarantas a deixar o povo de Altamonte em paz, McCall recorre a meios mais enérgicos. Enquanto isso, evidências descobertas por McCall (e confiadas à CIA por telefone) resultam em uma operação liderada pela agente Collins e seu supervisor, Frank Conroy (David Denman). Como se trata de um aspecto da operação de Vincent Quaranta, ele ataca Collins.

O Protetor: Capítulo Final fica juntinho de seus antecessores, O Protetor e O Protetor 2. Fuqua dirige da mesma maneira, com foco em locais sombrios e pequenos toques artísticos (neste, há uma forte iconografia religiosa) como brincadeira no visual. As sequências de ação são diretas e duras – não é necessário nenhum talento da equipe de John Wick ou Computação Gráfica ao extremo (embora possamos supor que Washington, devido à sua idade, usou dublê em alguns casos).

O personagem principal é profundamente empático com aqueles que ele defende e implacável com seus inimigos. Os vilões são tão maus quanto Fuqua pode apresentá-los. A fórmula já funcionou duas vezes antes, produzindo modestos sucessos de bilheteria, e não há razão para que não funcione novamente. Apesar de ser o mais confuso dos três filmes e o mais fraturado narrativamente, ainda assim deve satisfazer aqueles que se consideram fãs da franquia.

Conheça os demais filmes da franquia

Clique nos pôsteres para ler nossa crítica sobre o filme.

O PROTETOR
(2014)

O PROTETOR 2
(2018)

O PROTETOR: CAPÍTULO FINAL
(2023)