O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos

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"O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos": Uma jornada mágica e encantadora para o Natal

Primeiro, um pouco de contexto, O Quebra-nozes e os Quatro Reinos é uma história inspirada em duas outras: o romance O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos (1816), obra mundialmente aclamada de E. T. Hoffmann, e o famosíssimo ballet de dois atos O Quebra-Nozes, criado por Tchaikovsky, e que por sua vez, foi inspirado em uma parte do livro de Hoffman. A obra que a Disney levou aos cinemas em 2018, é um resultado leve, mágico e repleto de encanto, para assistir sem preocupações e aproveitar o clima de Natal.

Clara (Mackenzie Foy) é uma menina curiosa que recebe um presente de Natal inesperado deixado por sua mãe: um ovo de metal trancado por uma engenhosa fechadura. Intrigada pelo mistério de não saber o que há dentro, ela acaba sendo levada até um mundo mágico em busca da chave, e em seu caminho de descobertas, acaba destrancando antigos segredos que vão mudar tudo que ela sabe sobre si e os amigos que faz pelo caminho.

Não é apenas no contexto que vemos inúmeras referências compondo este longa. A própria personagem principal, que diga-se de passagem foi muito bem interpretada pela atriz Mackenzie Foy, tem uma pontinha de Alice no País das Maravilhas sem a mesma quantidade de perguntas mas igualmente desbravadora.

Ainda dentro desse paralelo, existe algo mais Disney do que a criação de um mundo mágico? Impossível. E no caso de O Quebra-nozes e os Quatro Reinos não só temos a questão cinematográfica representada, como em alguns momentos do filme é como se estivéssemos assistindo a uma apresentação de ballet clássico, com palco e tudo. A hiper valorização dessa parte, considerando de onde a história surgiu, enriquece o longa e o torna incrivelmente artístico. Créditos para Lasse Hallström e Joe Johnston que dirigiram o visual do longa.

Quanto ao enredo, é aqui que temos alguns poréns. O maior deles, e talvez o mais visível, é que Clara tem irmãos que são completamente esquecidos na história, e até para os pais ela é colocada como a preferida, algo que simplesmente não faz sentido, falha grande para um filme não tão antigo. E falando em “esquecidos”, Hellen Mirren e Morgan Freeman integram o elenco mas poderiam ter sido um pouco mais aproveitados, principalmente o ator.

Por último, ao assistir percebe-se que nem tudo é completamente explicado, ou faz 100% de sentido. Em alguns momentos a falta de questionamento ou percepção dos personagens é quase bobinha demais para deixar passar, contudo, a história se desenrola. Isso torna o filme menos atrativo? Não. Afinal, nem tudo precisa fazer sentido sempre, às vezes precisamos nos deixar levar pela magia e só aceitar as coisas como elas são apresentadas, sem questionar ou querer entender com lógica. E pensando bem, é justamente isso que faz esta ser uma ótima opção de filme para o Natal, ele nos faz revisitar uma época em que o acreditar no impossível era algo tão fácil quanto abrir um presente do Papai Noel.

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