Aqui vão algumas informações rápidas sobre o filme:
- Dirigido pelo veterano Marco Bellocchio.
- É um drama baseado em fatos históricos do século 19.
- A trilha sonora é arrebatadora. Uma das melhores já produzidas para o cinema europeu nos últimos anos.
- A direção de arte é magnífica e capta perfeitamente os detalhes da antiga sociedade italiana.
Qual a história de “O Sequestro do Papa”?
Em 1858, no bairro judeu de Bolonha, os soldados do Papa invadiram a casa da família Mortara. Por ordem do cardeal, vieram levar Edgardo, seu filho de sete anos. A criança foi batizada secretamente por sua babá e a lei papal é inquestionável.
A reconstrução minuciosa de uma Itália de poder e riqueza
O filme dirigido por Marco Bellocchio revive a Itália do século XIX, levando o público para uma época onde a beleza dos cenários, e a elegância dos trajes, são tão marcantes quanto a história que está sendo mostrada.
Dizem que na Itália, só Bellocchio consegue filmar obras com dramas sociais com tamanha perfeição. Nada fugiu da atenção meticulosa do diretor, seja os trajes de época até os majestosos palácios. Definitivamente é um filme extraordinário.
Uma ópera cinematográfica
Quem gosta de trilhas sonoras vai entrar em êxtase. Eu juro! É de arrepiar como a música cresce a cada cena, e consegue preencher PERFEITAMENTE os momentos de drama.
A história verídica que abalou uma Europa que já não existe mais
A história de O Sequestro do Papa é baseada mo sequestro do jovem Edgardo Mortara, (interpretado por Enea Sala na infância e Leonardo Maltese na idade adulta). Na época, Edgardo foi realmente levado da casa de sua família judia, no interior da Itália.
A Igreja Católica, ao tomar conhecimento de que o menino havia sido batizado de acordo com os ritos católicos (o que era proibido pela criança ser judia), desencadeou um escândalo que gerou repercussões negativas na imprensa do século XIX.
Esse escândalo manchou ainda mais a imagem da igreja romana, gerando uma revolta que resultou na diminuição dos poderes institucionais do Papa e da Igreja. Esse mesmo evento ajudou politicamente na unificação das províncias italianas, que buscaram no poder secular o que não encontravam mais no poder espiritual, oferecido pelos bispos e cardeais.
Vale a pena ver “O Sequestro do Papa” nos cinemas?
Eu poderia escrever linhas e mais linhas somente elogiando esse maravilhoso filme. E meus elogios não seriam exagerados. Nos últimos anos assisti um cem número de tantos outros filmes sem propósito, que não seja o comercial. É natural, então, que eu tenha ficado imóvel após o término do O Sequestro do Papa. Demorei um tempo para processar tudo o que tinha visto.
Cheguei à conclusão que seria crueldade minha dizer qualquer coisa para incentivar você a assistir, correndo o risco de soltar algum spoiler. Simplesmente VÁ AO CINEMA! Esse é um daqueles filmes que queremos bater no peito e dizer “eu assisti no cinema”. É um novo clássico que está nascendo e você pode presenciar isso pessoalmente.