O Touro

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"O Touro" emociona com simplicidade

Em O Touro, primeiro longa-metragem de Larissa Figueiredo, a diretora constrói seu filme ao redor de uma lenda. A lenda do Rei Dom Sebastião de Portugal, que diz que após perder a Batalha de Alcácer de Quibir e desaparecer nas areias do Marrocos, o rei fundou seu reino encantado na Ilha de Lençóis. Segundo contam, seu fantasma se transportou para ilha e lá vive até hoje, 500 anos depois.

Buscando conhecer um pouco mais sobre essa lenda e o seu rei, a portuguesa Joana de Verona visita a ilha, e através das histórias contadas pelos moradores locais ela vai juntando as peças do quebra-cabeça que tenta entender o que de fato aconteceu com o rei que desapareceu de forma tão inexplicável.

Os moradores vão afirmando que o rei ainda percorre os lugares por onde Joana vai passando, e às vezes ele aparece como um touro – daí o título do filme.

O grande trunfo do documentário é o retrato que ele faz, tanto socialmente quanto geograficamente. A humildade dos moradores locais é evidente, pois alguns se sentem intimidados pela câmera, e isso vai dando ainda mais realidade para as histórias que eles contam e os locais onde transitam e habitam.

Ao trazer a verdade para os relatos, por mais absurdos que eles sejam, a diretora faz com que a ilha pareça mágica e se torne uma espécie de lugar congelado no tempo, emocionando pela simplicidade com que vai narrando as histórias.

O Touro vai estudando as crenças e os comportamentos adotados a partir delas. Faz isso nos colocando, através do seu olhar, ao lado dos personagens, e isso nos faz viver sua realidade, mesmo que por apenas 1h18.

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