Proibido Cães e Italianos

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"Proibido Cães e Italianos": Uma jornada nostálgica e reflexiva pelas gerações da família Ughetto

O italiano Luigi Ughetto vive em uma montanhosa região na Itália cercado de pessoas com o mesmo sobrenome que ele, no vilarejo de Ughettera. Ele se casa com Cesira, e conforme os anos passam a família cresce com muita união, e polenta. Contudo, o casal se vê enfrentando árduos desafios, e eventualmente são obrigados a partir para a França.

O parágrafo que você acabou de ler é a base da história que o diretor, roteirista e narrador-personagem, Alain Ughetto passou grande parte da vida ouvindo de seus parentes sobre seu avô, até decidir procurar pelo vilarejo e preencher as lacunas que faltavam dessa trama da vida real. O resultado foi um filme singelo, que apesar de pecar na falta de trilha sonora por priorizar a sonoplastia, tem um incrível enredo contado através de stop motion e personagens modelados.

No longa, Alain usa sua voz e suas mãos para relatar e participar de parte da trama. O diretor menciona como suas habilidades manuais são uma tradição familiar, e que apesar de não ter conhecido seu avô Luigi, foi algo passado de mão em mão, de geração em geração.

Agora, o grande destaque do filme é o público poder perceber o que exatamente uma pessoa que viveu no início dos anos 1900 testemunhou no mundo. A família Ughetto, assim como tantas e tantas outras, enfrentou a ascensão do Fascismo na Itália, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a Ocupação Alemã na França, o racismo, a pobreza, a fome, não é surpresa quando a narrativa dos acontecimentos se dá lado a lado dos fatos históricos.

O que fica para os espectadores é a reflexão sobre como esses antepassados que representam peças tão fundamentais na construção e infraestrutura de tantos países diferentes, que por muitas décadas se viram mais de uma vez devastados, acabaram se tornando invisíveis. Mais do que valorizar o seu legado, é fundamental prevalecer o aprendizado, somente assim novos e felizes capítulos serão escritos.

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