Kiki – Os Segredos do Desejo

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Fetiche é aquele desejo, atração sexual por objetos, estejam eles ou não em contato com o corpo humano. Muitos o colocam em prática no cotidiano, apostando numa maneira peculiar para dar uma apimentada na relação, o que inclui brinquedos específicos, roupas pra lá de sensuais e fantasias de pirata… Mas existe limite pro erotismo? Aonde somos capazes de chegar pelo prazer? Em Kiki – Os Segredos do Desejo, a direção remonta cenários presentes e cada vez mais comuns no mundo contemporâneo, onde as formas alternativas de sexo vêm chamando a atenção.

O filme é uma união de orgasmos inusitados. Pra quem não está acostumado com tamanha diversidade, pode levar um susto ao notar a construção da narrativa. Existe um paralelo notável entre prazer e anormalidade na medida em que as diferentes histórias são apresentadas, já que a produção deixa evidente seu deboche sobre as situações, não fugindo do senso comum, obviamente. Talvez seja um modo particular de pensamento, mas é indiscutível a estranheza e incontroláveis os risos que refletem a nossa incredulidade.

No começo, nos deparamos com uma abertura aflorada e, em seguida, somos levados às tramas que incluem dendrofilia (atração por plantas), orgasmo ao sofrer um assalto, ver alguém chorando, sexo a três e até tesão por tecidos, como a seda. E o curioso na produção espanhola é a aceitação da bizarrice pelo “bem” do relacionamento. Personagens como Paloma (Mari Paz Sayago), que aceita ser praticamente estuprada pelo marido enquanto dorme simplesmente porque ele sente prazer… E Paco (interpretado pelo próprio diretor Paco León), que ama a esposa lésbica mas não quer perdê-la, permitindo que a mesma transe com sua antiga amiga.

Em Kiki – Os Segredos do Desejo o importante é haver sentimento. O egoísmo e a tolerância tornam-se necessários em prol de um amor excêntrico. Vai entender…

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