Operação Sombra – Jack Ryan

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Como o analista da CIA Jack Ryan, em “Operação Sombra”, Chris Pine aparenta um pouco nervoso e estressado ao longo de toda a projeção. Quer a ansiedade seja pertencente ao caráter do personagem novato ou ao ator que o interpreta, é motivo de debate. Mas considerando que o mesmo fez-se bastante confortável ao vestir o manto de William Shatner nos novos filmes de “Star Trek”, o debate pende para o lado do nervosismo do personagem.
Não parece que os quatro filmes anteriores, baseados no personagem do falecido escritor Tom Clancy, tenham lançado longas sombras nessa nova versão. Você teria que voltar ao final da década de 80 para encontrar em “A Caçada ao Outubro Vermelho” um filme de Jack Ryan que se sustenta por si só. E mesmo isso, se dava a presença de Sean Connery como um capitão de submarino russo que terminava (spoilers aqui) caminhando rumo ao pôr do sol junto com seus antagonistas americanos. 25 anos mais tarde, “Operação Sombra” tenta dar um novo estopim a uma pseudo Guerra Fria, com resultados bastante duvidosos.
Inspirado para entrar na marinha dado os eventos de 11 de Setembro, Ryan é ferido em um acidente de helicóptero no Afeganistão. Então o personagem é recrutado pela CIA, clandestinamente durante sua recuperação, para ser o infiltrado da agência em Wall Street. No início, o trabalho é apenas burocrático, mas ao descobrir um intrincado esquema ele é enviado para a fria Moscou.
A partir desse ponto, o filme deposita suas fichas no gênero da espionagem, mas não convence. As viradas do roteiro lembram filmes como “Bourne” e “Bond”. Mas o longa não agrega nada ao gênero. Tudo já foi visto antes. E certamente o afetado vilão russo, interpretado pelo diretor Keneth Branagh (de “Thor”), poderia facilmente fazer parte da galeria de vilões de 007.
Mas pelo menos a atuação de Branagh ainda tem algum dom, que é bem mais do que se pode dizer de sua direção apenas funcional nesse projeto. Esqueça o trabalho dele em “Henrique V” e “Hamlet”, esqueça mesmo “Thor” (que ainda demonstrava algum talento). Aqui a direção de Branagh soa insossa e desprovida de qualquer paixão. E o problema vem de longe, começa no roteiro. Enquanto nos demais filmes o personagem Jack Ryan sempre demonstrava ser o cara mais inteligente no recinto, em “Operação Sombra”, essa inteligência se esvai e ficam apenas os músculos. Um real exemplo da falta de inteligência do cinema hollywoodiano atual.

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