Os Smurfs

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"Os Smurfs" seria melhor se fosse apenas uma animação

As crianças irão se deliciar com a adaptação de “Os Smurfs”, mas seus pais, que acompanharam a série de desenhos (a qual também já era uma adaptação) nos anos 80, provavelmente se entediarão com essa comédia de “pequenas proporções azuis”.

A trama gira em torno de Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) e sua mulher grávida Grace (Jayma Mays) cuja casa é invadida por um pequeno grupo de Smurfs que mergulham através de um portal para escapar do maligno feiticeiro Gargamel (Hank Azaria) e seu gato Cruel, indo parar em Nova York. Apreensivo sobre como se tornar um bom pai, Patrick também se vê as voltas com a possibilidade de demissão da empresa de cosméticos em que trabalha com marketing. No caminho, é claro, os Winslows ajudarão os Smurfs na tentativa de voltar para sua aldeia.

A animação 3D usada pelo diretor Raja Gosnell (“Scooby-Doo”) está bem utilizada, como demonstrado já na primeira cena, onde um grupo de Smurfs mergulham na floresta montados em cegonhas. O desembarque na Vila Smurf encanta com suas casinhas em forma de cogumelo. Mas o problema está, consideravelmente, em levar a ação para o mundo real de Nova York.

Peyo (belga que concebeu a história originalmente em 1958) não trazia a trama para nosso mundo. Aí seu acerto! Os Smurfs são personagens arquetípicos, nomeados com os principais traços de sua personalidade, Gargamel e seu gato são tão arquetípicos quanto eles. Portanto, trazê-los para Nova York, se prova uma má idéia, uma vez que os personagens não convencem em meio ao “real”, já que os personagens que se dizem “reais” também não convencem.

Claro que o público-alvo não perceberá problema algum e irá se divertir com as piadas do filme. Detalhe para a ultrajante aparição de produtos Sony que acontece em muitos momentos do filme. Precisava de tanto marketing?

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