Há quem fuja do cinema francês por não se acostumar com seu ritmo e estilo de narrativa. Samba é um filme francês que se aproxima bastante do que é visto no cinema americano e isso não o torna um filme ruim.
Na trama, Samba (Omar Sy, de Intocáveis) é um imigrante do Senegal que vive há 10 anos na França e, desde então, tem se mantido no novo país às custas de empregos pequenos. Alice (Charlotte Gainsbourg, de Ninfomaníaca), por sua vez, é uma executiva experiente que tem sofrido com estafa devido ao seu trabalho estressante. Enquanto ele faz o possível para conseguir os documentos necessários para arrumar um emprego digno, ela tenta recolocar sua saúde e a vida pessoal no trilho, cabendo ao destino traçar sua relação.
Com uma trama como esta, Samba se aproxima da realidade vivida pelos imigrantes ilegais de uma forma como o cinema francês raramente o faz. Mas trata o tema com uma certa leveza, típica do cinema hollywoodiano.
A direção de Eric Toledo e Olivier Nakache (diretores por trás de Intocáveis, sucesso de 2011) faz do filme quase uma comédia romântica com temas um pouco mais dramáticos que o normal. Omar Sy, que repete sua parceria com a dupla de diretores, é a alma do filme e sua interpretação como o senegalês do título é comovente e ao lado de Charlotte Gainsbourg eles constroem duas personas psicologicamente complexas.
A trama é previsÃvel, mas dá o charme que o filme precisa. A inocência de Samba e as feridas do passado de Alice vão moldando o filme e envolvendo o espectador, que começa a se preocupar com eles e torcer por um desfecho positivo para os personagens.
O filme pode não trazer nada de novo na forma como é construído, mas não deixa de ser um entretenimento de qualidade.
Nota:
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