Em tempos de vampiros brilhantes, Tim Burton resgata a lenda, já batida, dos vampiros de uma maneira bizarra: trazendo-os para os anos 70. Tempos da brilhantina.
“Sombras da Noite” é o que se pode esperar de um longa de Burton: entretenimento familiar de qualidade, sem sustos e um humor sutil e, embora em alguns momentos, escatológico, mas que geram risadas bem colocadas.
Nessa nova parceria com Johnny Depp, o qual dessa vez interpreta um vampiro que depois de aprisionado por 196 anos, acorda em meados da década de 70, Burton se esbalda no terreno do sobrenatural, que o faz remeter a “Os Fantasmas se Divertem”, “Edward Mãos de Tesoura” e “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça”.
Todos os elementos que Burton tanto preza estão ali: uma fotografia estarrecedora que engrandece a direção de arte e uma trilha sonora bem colocada, junto com o mix de atores cativos do diretor. O ritmo é bom (o que incomodava em “Alice no País das Maravilhas”), mas o roteiro demonstra alguns furos, o que nunca é o forte do cineasta, o qual nunca dirigiu um roteiro próprio.
Com mais prós do que contras, “Sombras da Noite” se mostrará um ótimo entretenimento para os iniciados ou não no cinema desse excêntrico cineasta.