Zack Snyder provou para que veio em “Madrugada dos Mortos”, subiu seu nível em “300” e se firmou de vez com “Watchmen”. Nada mais justo que, em “Sucker Punch – Mundo Surreal” ele apresente seu primeiro longa original e deixe ali sua marca registrada.
Em “Sucker Punch”, como concebido por Snyder, as mulheres são anjos, os homens são cretinos e os diálogos, em grande parte, acontecem em meio as sequências de ação. É como ver um clipe de Pussycat Dolls dirigido por Quentin Tarantino e Peter Jackson juntos.
E se o filme é sobre o poder ilimitado da imaginação, “Sucker Punch” pode ser tratado como um musical de bastidores, onde o palco é um campo de batalha e os amplificadores estão no máximo. Snyder deixa as meninas poderosas, mesmo que seja só com cílios e saias curtas, e as faz negar o mundo que as cerca. Mesmo que isso signifique revidar e lutar, desaparecendo na fantasia.
Nesse aspecto, falta diversão no filme. As circunstâncias das personagens são horríveis, seus escapes são apenas temporários. Mas como o ser humano adora o sofrimento alheio, não deve ser problema. Até porque a embalagem compensa. Uma espécie de jogo desajeitado e bem dirigido, meio burlesco, de uma guerra psicológica. A diversão vai depender do seu ponto de vista.