Todos os Dias

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"Todos os Dias" não é aquele dramalhão convencional

O despertador toca. Ainda está escuro e ela pula da cama. Acorda os quatro filhos. Todos se aprontam e saem. Lá fora a chuva cai incessantemente. Vão ao seu destino a pé, de ônibus, de trem, de metrô. E chegam à uma prisão.

O filme “Todos os Dias”, dirigido pelo diretor de “O Preço da Coragem”, Michael Winterbottom, não é aquele dramalhão convencional. Temos alguns ingredientes de fazer qualquer um chorar – enquanto o pai está preso, a mãe aguarda seu retorno, e trabalha, e faz das tripas coração para manter a família unida -, mas eles são trabalhados de uma maneira bem menos forçada. Tanto que a primeira impressão que tive foi a de estar assistindo a um documentário, pois tudo é apresentado de uma maneira muito realista – sem exageros, sem romantizar, mas com muita sensibilidade. Você fica tocado pela vida destes personagens, se identifica com eles. E quando menos espera, está torcendo por eles.

Fora a história, em que cinco anos da vida destes personagens são mostrados em 90 minutos que nem sentimos passar (vale destacar que o diretor fez o filme em cinco anos, aproveitando para mostrar o passar do tempo de verdade), eu gostei muito do excelente uso da luz em diversas ocasiões – amei a cena em que o pai está saindo da prisão, com luz estourada: me fez pensar nele caminhando para dias melhores. Mas depois a câmera se adapta à luz e vemos a paisagem urbana fora da prisão. Pode ser que ele sonhe com dias melhores, mas o que o futuro lhe reserva pode não ser assim tão doce. Mas, é claro, você vai ter que assistir ao filme para saber 😉

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