Última Viagem a Vegas

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“A Última Viagem a Vegas” deixou a desejar

Quando fui à pré-estreia de “A Última Viagem a Vegas”, estava esperando um filme diferente. Acho que imaginei algo como “Antes de Partir” (2007), só que em Vegas. Surprise, surprise! O filme ficou mais perto de um “Se Beber, Não Case”, com estrelas como Robert De Niro, Morgan Freeman, Michael Douglas e Kevin Kline curtindo uma despedida de solteiro na cidade do pecado.

Bom, mas “Se Beber, Não Case” tem uma história original (pelo menos o primeiro), não é mesmo? E nisso “A Última Viagem a Vegas” deixou a desejar – muuuuuuito. O filme trata do mesmo tipo de baboseira de sempre: um grupo de amigos vai a Las Vegas comemorar a despedida de solteiro de um deles. A diferença – que roteiristas, diretores e afins acharam que sustentaria a história? O fato desta turma ter uma média de 70 anos de idade.

Tudo bem, então… habemos um diferencial! Mas e aí? Você vai mostrar as dificuldades que estas pessoas têm ao lidar com sua idade – entes queridos que já morreram, a solidão, perspectivas de futuro – enquanto afogam suas mágoas em Las Vegas? Hum… cuidado, a linha entre o ridículo – o bendito clichê – e um bom filme é tênue, amigo. E este filme cruza a linha. Fica pra lá e pra cá o tempo todo.

O grupo de amigos é composto por Paddy (De Niro), Archie (Freeman), Billy (Douglas) e Sam (Kline). Eles são amigos desde a infância e se reencontram em Las Vegas para a despedida de solteiro de Billy, um solteirão setentinha que só gosta de mulheres mais novas (Opa!… olha o clichê aí!). Sem me aprofundar muito na história – em poucos minutos de filme você será capaz de entender todos os personagens em sua superficial personalidade –, é interessante falarmos de alguns pontos, infelizmente negativos. Primeiro, os atores foram muito maltratados e tolhidos neste filme. Não reconheci o brilhante Freeman, que estava horrível. De Niro ainda conseguiu ser o turrão de sempre (Opa!… pra quem não ouviu, eu falei “de sempre”!) e desenvolver seu personagem. Douglas é um clichê em pessoa, assim como Kline. Suas histórias poderiam ser pertinentes e tocantes, mas são tratadas de maneira muito superficial – nenhum deles me convenceu. Depois, temos os clichês básicos de Las Vegas (Ixi, clichê já virou clichê nesta crítica!! Ui!!): mulheres estonteantes, bêbados, cassinos, party all the time! Tá bem, Las Vegas é isso mesmo, pelo menos no imaginário cultural da nossa sociedade. Mas não dava pra ter feito algo diferente? Ai, ai…

Mas chega de criticar o filme negativamente… vamos falar de alguns aspectos positivos. Apesar de querer passar a lição de moral com um pouco de exagero, os recados do filme são até bonitinhos: 1) Deixe sua avó em paz! Ela quer curtir a vida! Para de mandar na vida dela! 2) Ficar sozinho? Casar? Vai depender de cada um! 3) Na vida, o importante é ser feliz e ter amigos pra compartilhar isso. 4) Valoriza quem está vivo, porque depois que morrer, não adianta chorar. 5) Se aparecer mais um filme de comédia em Vegas, é bom que seja a respeito de um meteoro caindo lá – porque até hoje isso só aconteceu em Nova York.

Indicação: filme de Sessão da Tarde – apesar de conter algumas cenas não recomendadas para menores que não assistem às novelas da Globo –, excelente para dar algumas gargalhadas com a família e repensar algumas coisas de sua vida. Ou não. E vice-versa.

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