Gente, que ideia genial trabalhar personagens infantis em uma trama macabra! Imagina só, Christopher Robin cresce e precisa ir para a faculdade, então abandona seus amigos de infância Pooh, Leitão, Bisonho e outros personagens do Bosque dos Cem Acres. Eles passam necessidades durante o inverno, precisam recorrer ao canibalismo e passam a odiar humanos, especialmente Christopher Robin. Aí, um belo dia o já adulto Robin vai com a noiva visitar os amigos, mas encontra criaturas selvagens sedentas por vingança.
Até aí tudo bem – literalmente. Depois disso, o filme só descamba. Primeiro porque não tem um roteiro, minha gente! Pra que mexer em uma obra dessas, da cultura mundial, se você não se dá ao trabalho de fazer um bom roteiro, me conta? Não ache que vai nos prender ao filme, senhor diretor, apenas com um zilhão de mortes e sangue espirrando pra todo lado! Até os melhores slashers e gore têm excelentes roteiros, bem amarradinhos e que nos prendem do começo ao fim.
Outro ponto super fraco do filme é o tratamento que ele dá às personagens mulheres. Sim, sou super feminista, mas cara, é 2023, nem se eu não fosse mulher nem feminista, não tem como um fã de terror admitir uma mulher gritando o tempo todo e sem reação! Mulheres são sempre super articuladas, têm ideias excelentes, trabalham bem em conjunto, pra nomear algumas qualidades que ajudariam um diretor a criar boas personagens de um filme de terror de respeito. Gritar, espernear e mostrar peitinhos eram façanhas de personagens femininos de filmes da década de 1980. Não cola mais, nem quando você quer se inspirar nessa época.
Bom, a cereja do bolo é que teremos uma segunda parte desse filme, e nem consigo imaginar pra onde isso vai. Aproveita e vai conferir o filme, pra poder falar mal com propriedade para os amigos.