O suspense na nova década tem se perdido em tom e gênero, muitas vezes não sabendo para que direção ir ou mesmo por problemas na produção, acabam misturando coisas, tomando rumos confusos ou acrescentando sustos exagerados só para uma reação a mais do espectador. Qual a identidade desses filmes hoje? Bem, difícil dizer quando existe uma variedade de genéricos. Muitos deles para preencher um espaço e não necessariamente fazer a diferença.
Escrito e dirigido por Michael Petroni, Visões do Passado é um daqueles filmes que devia parecer genial na ideia e no roteiro, mas que posto em prática, se afunda numa mesmice desinteressante. É como se já tivéssemos visto esse filme antes. O que me veio a cabeça logo de início, foi o filme A Passagem, que também flerta com as incertezas do sobrenatural e do que é real. A história acompanha o período extremamente traumático na vida de Peter (Adrien Brody), um terapeuta que precisa lidar com as questões de seus pacientes e com as suas próprias com a ajuda de seu psicólogo. Essa dinâmica chega a ser explorada quase que como a do seriado brasileiro Sessão de Terapia, mas os mistérios e as pinçadas nas pistas que estão na mente do protagonista estragam esse ensaio, arrastando a trama que poderia facilmente ser um episódio de uma série ao invés de um filme.
Voltando ao trauma do personagem de Brody, ele perdeu sua filha em um acidente do qual ele não consegue se recordar corretamente, e junto dessa frustração, ele começa a receber visitas de pacientes que tentam enganar o público sobre estarem vivos, mortos ou se é tudo projeção da cabeça do terapeuta traumatizado. A trama se mostra simples e acessível até esse ponto. O esforço da atuação sempre comovida e dedicada de Adrien Brody, é um fator altamente louvável, mas infelizmente o filme não segura essa capacidade do ator, e novamente, a ideia parece muito legal, se não fossem as tentativas de tornar esse suspense psicológico em um terror com sustos vendáveis.