Já no início de “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, os personagens-título, todos adolescentes, abandonam suas compras de supermercado para assistir a uma exibição ao ar livre de “Curtindo a Vida Adoidado”. Parece exatamente o tipo de coisa que adolescentes fariam em uma noite de verão, mesmo sendo que eles sejam Tartarugas Ninja.
Essa energia, rebeldia e anarquia permeiam o filme, que é a enésima versão dos personagens clássicos, cujos roteiristas e produtores incluem Seth Rogen e Evan Goldberg. Adotando um toque mais jovem em relação aos seus heróis, o filme é extremamente divertido e engraçado, destinado a revigorar a franquia e atrair os adultos nostálgicos, bem como novos fãs.
Quem procurar uma análise aprofundada da maneira como o filme lida com a franquia – que viu inúmeras encarnações de suas origens, entre séries e filmes, sem falar nos brinquedos, videogames e outras mercadorias – terá que procurar em outro lugar. Nunca fui um grande fã dos personagens, mas vi algumas das versões deles. Das versões que vi, esta animação é a versão mais envolvente, o que pode ser bom para trazer aqueles que não cresceram conhecendo os personagens.
Contada em flashback, pelo pai-rato adotivo do quarteto, Splinter (Jackie Chan, na voz original) explica porque ele os manteve isolados do mundo humano. Basta dizer que o roedor mutante, especialista em artes marciais, não teve boas experiências com os humanos de Nova York.
A história começa quando as Tartarugas conhecem April O’Neil, uma ambiciosa repórter adolescente da televisão de sua escola que se tornou viral pelos motivos errados. Ao saber de suas esperanças de derrubar o gênio do crime Super Mosca, que está aterrorizando a cidade com sua malvada tripulação de mutantes, eles decidem ajudá-la em sua ambiciosa missão, pensando que se eles se tornarem heróis, os habitantes humanos da cidade podem vir a gostar deles. É exatamente assim que adolescentes pensariam.
A aliança leva a confrontos épicos no estilo de um filme de ação oriental, com uma aparência semelhante aos filmes do “Aranhaverso” e semelhante também aos quadrinhos em que seus personagens e designs são deliberadamente toscos. É difícil sair do cinema não querendo mais depois de um filme extremamente empolgante e divertido como “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”.