Em “Atividade Paranormal” é possível perceber como um baixo orçamento pode se tornar uma vantagem no cinema atual. Quando não há possibilidade de efeitos mirabolantes, não há tempo para refilmagens e os atores são ilustres desconhecidos talentosos, apenas uma coisa importa: uma história realmente boa.
“Atividade Paranormal” entra na galeria da fama dos filmes de terror com baixos orçamentos, o que lembra (e muito) a vibe criada em torno de “A Bruxa de Blair”, sem haver cópia alguma ao filme mencionado.
A história por trás do filme foi alardeada aos quatro ventos. O diretor Oren Peli filmou o filme durante sete dia, inteiramente em sua casa, com um orçamento de US$ 15 mil. Levou o original para Spielberg que encomendou uma refilmagem do longa. Mas quando Peli exibiu o original, a plateia gostou tanto que ganhou distribuição, sem apelar para a refilmagem.
O enredo, que não será revelado aqui, acompanha um casal de jovens que presenciam algumas esquisitices paranormais em sua nova residência. Então o marido configura uma câmera para captar os acontecimentos e o público vai junto para o passeio. E o sucesso do filme está exatamente nisso: a forma modesta em que o diretor constrói a tensão lentamente que acabam com um punhado de sustos legítimos na segunda metade da projeção.
Peli faz algumas coisas maravilhosas com o som, que se espera que não sejam arruinadas por uma plateia que fica conversando nas horas impróprias.
A história se move um pouco lenta no início e os efeitos não são de um todo perfeitos, mas o filme passa perfeitamente. E um espectador que tenha noção de que “menos é mais” entenderá perfeitamente ao sair do cinema.
No fim das contas, o orçamento do filme parece perfeito. Um filme realmente criativo, cuja história chama atenção, e um expectador procurando por algo mais que um simples filme de terror comum, serão o suficiente para uma noite de diversão e sustos no cinema.