Com Quentin Tarantino não há meio termo, apenas “ame ou odeie”. Foi assim com Pulp Fiction, Cães de Aluguel e ambos Kill Bill. Uns ovacionam, outros passam longe.
Bastardos Inglórios não foge a regra. É Tarantino do começo ao fim, em cada frame, diálogo e gota de sangue. E sim, é Tarantino no auge de sua forma, no auge de sua carreira cinematográfica.
Os puritanos históricos a parte, já que a história é um devaneio do cineasta, apresentando, como se fosse uma espécie de faroeste de 2ª Guerra, um grupo de soldados americanos que sai caçando nazistas, na esperança de ter a oportunidade de, em algum momento, chegar até Hitler e acabar com a guerra pelo mundo.
A história, pra lá de envolvente, como sempre dividida em capítulos é, de certa forma, uma afronta aos fatos históricos, uma vez que os distorce. Mas quem se importa?
O longa jamais tenta vender uma imagem de realidade dos fatos apresentados. O Hitler de Tarantino é uma visão caricata do personagem. Brad Pitt, mais uma vez, deixa o lado galã e incorpora um soldado americano com sotaque e interpretação hilários. Mas o destaque é mesmo para Christoph Waltz e seu Hans Landa, um dos seguidores de Hitler, do alto escalão, caricato, cínico e amedrontador, tudo ao mesmo tempo.
Tecnicamente falando, seja no quesito fotografia, som, direção de arte ou figurino, o longa é impecável. Já esperado em um longa do cineasta, provido de tamanho orçamento.
Em uma época em que cineastas, produtores e roteiristas se rendem as formulas fáceis. Tarantino e seu “Bastardos Inglórios” eleva sua carreira a outro nível de qualidade. A obra se prova uma longa legítimo do diretor, longe de ser apenas um bastardo.