Batman: O Retorno

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"Batman - O Retorno": Entre sombras e símbolos no Natal gótico de Gotham

De todos os filmes já produzidos sobre este icônico personagem, Batman – O Retorno é o segundo da lista. Aclamado por uns e odiado por outros, o fato é que ele marcou a continuação de uma era que anos depois seria um caminho trilhado por Reeves e Nolan, mas que começou com Burton.

Uma infância traumática tem consequências sérias na vida adulta, e aqui estamos falando especificamente de um vilão e também de um herói. Apoiado pelo magnata Max Shreck (Christopher Walken), o notório Pinguim (Danny DeVito) se arrasta para fora de suas geleiras no esgoto de Gotham para clamar um lugar na superfície, mas eles não contavam com o Batman (Michael Keaton), que fará de tudo para impedir que qualquer injustiça seja cometida. No meio dessa briga, todos, mas muito mais o morcego, ainda terá de aprender a lidar com a ladra Mulher-gato (Michelle Pfeiffer), que não pretende desperdiçar nenhuma de suas 7 vidas com eles.

Para começar, hoje é impossível falar de Batman de forma isolada. Não só pela sua fama e sucesso indiscutível como a grande HQ de herói de todos os tempos, mas também pela longa jornada trilhada nos cinemas.

Desde o primeiro longa, os vilões do defensor de Gotham sempre roubaram a cena, fato que encontrou sua primeira exceção apenas em 2022, quando houve mais equilíbrio entre a dupla de herói e vilão. Antes disso, e mais especificamente no caso de Batman – O Retorno, Pinguim e Mulher-gato estão incrivelmente melhores que Batman. Haverá sido a direção assertiva de Tim Burton? Talvez. Os créditos maiores ainda devem ser de Danny DeVito e Michelle Pfeiffer, que não só interpretaram mas viveram seus personagens intensamente na telona. Curiosidade: você sabia que Sean Young, a replicante Rachel de Blade Runner queria a todo custo interpretar a vilã? A atriz chegou a aparecer em um reality show vestida com a roupa de Mulher-gato.

De qualquer forma, o trabalho de Burton não pode de maneira nenhuma ser descartado. Apesar do diretor só demonstrar interesse em seguir com uma continuação da história depois de ver um primeiro esboço do roteiro, ele conseguiu imprimir sua visão única em um universo igualmente singular. Um detalhe interessante é que o roteiro inicial contava com Robin e Harvey Dent (o Duas-Caras) como personagens da história, que foi modificada até chegar na versão final sem a participação deles.

Agora, por que fazer a história se passar no Natal? Acredito que são dois motivos. O primeiro é a teatralidade do cenário. Tim Burton tem esse traço, além da sua predileção pelo incomum com uma pontinha de bizarrice para as cenas, então, qual melhor pano de fundo do que contar a continuação da história do Cavaleiro das Trevas entre luzinhas e pinheirinhos decorados? A segunda, e essa é mais forte, tem a ver com símbolos. O Natal é uma época em que o bem prevalece, e não há determinação maior para o Batman do que a de fazer o que é certo, garantir que o mal seja derrotado e que a justiça prevaleça. Quando ele triunfa no Natal é quase como se sua vitória fosse ainda maior.

Se você ainda não conferiu ou não lembra quando foi a última vez que viu o Batman mais gótico de todos os tempos, na Gotham mais City de todas, aproveite esse momento para revisitar esse clássico e ganhar um presente de Natal antecipado. Lembre sempre: os vilões de verdade, assim como os heróis, não vestem fantasias.

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