Mais de 25 anos depois de sua estreia, Detective Conan continua sendo uma das franquias de mistério mais amadas e duradouras do Japão. Criado por Gosho Aoyama em 1994, o jovem detetive Shinichi Kudo foi transformado em criança após ser envenenado pela misteriosa “Organização Negra” e vive sob o nome de Conan Edogawa, resolvendo casos complexos enquanto tenta recuperar sua forma original. Com mais de mil episódios, dezenas de especiais e uma sequência ininterrupta de longas-metragens anuais, Conan virou sinônimo de entretenimento policial à moda japonesa: engenhoso, emocional e sempre cercado de enigmas.
O novo longa da série, Detective Conan: O Pentagrama de Milhões de Dólares, é o 27º filme da franquia e também o de maior bilheteria até hoje, ultrapassando os 10 bilhões de ienes nas bilheterias japonesas. A produção aposta alto em escala, visual e emoção, resultando em um dos capítulos mais cinematográficos da saga.
A trama se passa em Hakodate, na região de Hokkaido, e gira em torno de uma lendária espada japonesa associada a Toshizō Hijikata, vice-comandante do Shinsengumi. O artefato pertence à poderosa família Onoe e desperta a cobiça do infame ladrão fantasma Kaito Kid, que anuncia seu próximo roubo com uma de suas clássicas cartas. Ao mesmo tempo que Conan e seu amigo Heiji Hattori chegam à cidade para um torneio de kendo, os dois acabam se envolvendo em meio à assassinatos, segredos de família e pistas que apontam para um antigo tesouro escondido.
A história combina de forma eficiente mistério histórico, ação e comédia, mantendo o equilíbrio característico da série. Há o clima de investigação clássica, mas também sequências de adrenalina que exploram bem a ambientação portuária e os cenários gelados do norte do Japão. Parte do encanto do filme vem justamente da reunião de personagens amados. Heiji Hattori funciona mais uma vez como contraponto a Conan, a rivalidade amistosa entre os dois é um dos pontos positivos da trama. Já Kaito Kid adiciona um toque de espetáculo, com suas manobras impossíveis e sua ética de ladrão romântico.
A animação, mais fluida e detalhada do que nunca, evidencia o investimento da produção. As cenas de ação e perseguição são visualmente ricas, e o uso de locações reais de Hakodate dá um toque de autenticidade. A trilha sonora, assinada com a faixa-tema Sōshi Sōai, da cantora Aiko, adiciona uma camada emocional especial, especialmente nos momentos que exploram os laços entre Conan, Ran, Heiji e Kazuha.
Detective Conan: O Pentagrama de Milhões de Dólares celebra a longevidade de uma franquia que segue relevante, criativa e divertida. O filme é um espetáculo visual com alma de enigma clássico e nos prova que, mesmo depois de quase três décadas, o pequeno detetive ainda sabe surpreender.
