Os Spengler se mudam para o antigo prédio dos caça-fantasmas e passam a atuar na cidade, sem saber que uma gélida trama se desenrola nos bastidores após um objetivo misterioso ser vendido a preço de banana em uma loja de antiguidades.
Enquanto a família Spengler atua como caçadores de fantasmas na cidade de Nova York, no quartel general clássico que conhecemos, e tentam adequar suas vidas e relacionamentos a sua nova realidade, um misterioso e perigoso enredo começa a se desenrolar nos bastidores, por dentro das antigas paredes e tecnologias do Corpo de Bombeiros dos Caça-Fantasmas, assim como em outras localidades, como na loja de antiguidades e ocultismo de Ray Stantz, quando um rapaz esquisíto resolve fazer uma grana rápida vendendo um objeto misterioso que herdou.
Os Spengler, com a ajuda dos antigos caça-fantasmas serão capazes de vencer o mal que os aguarda?
Um detalhe mais do que especial que ajudou a trazer os elementos de nostalgia para essa obra é certamente a marca de quarenta anos desde o filme original lançado em Junho de 1984, que além de alguns aspectos visuais oitentistas também soube colocar nos momentos certos o humor clássico da turma original que detonava os fantasmas antigamente. Longe de ser um anacronismo ou apego demasiado pelo passado, e sim um esforço muito bem quisto em manter as raízes daquilo que fez o trabalho inicial ser tão lembrado e bem quisto até hoje, e não se enganem, é uma película com produção e características atuais, que olha pra frente em busca de deixar sua própria marca, tanto na franquia, quanto nos corações dos fãs, sejam eles antigos ou novos.
Aqui não vemos apenas fan service, e sim elementos muito bem colocados sendo trabalhados junto ao desenvolvimento história, como a participação de vários personagens originais que agora já são senhores de idade e que tomaram outros rumos, locais e objetos envelhecidos, e até mesmo easter eggs que nos ajudam a relembrar situações inusitadas vividas nos filmes originais.
Todos os personagens são trabalhados para terem importância e algum destaque no longa, e com isso, além de um núcleo principal muito ativo, temos ampla participação do núcleo de apoio. Sendo assim, tem muita coisa acontecendo o tempo todo, os núcleos se dividindo e interagindo entre si, ações individuais importantes, participações especiais pontuais, ambos contribuindo bastante para o andamento e desenvolvimento da trama, uma dinâmica que enriquece demais o filme.
Phoebe Spengler (Mckenna Grace) é uma das personagens principais, filha mais nova da família Spengler, os novos Caça-Fantasmas, desenrola muitas das situações, sua atriz segura bem o co-protagonismo, e sabe transmitir bem os conflitos internos da personagem. É uma garota um pouco solitária de certa forma, e que após “ficar no banco” por ser menor de idade, e assim não poder mais atuar como caça-fantasmas, encontra em Melody, uma fantasma, sua amizade mais preciosa.
Melody (Emily Alyn Lind) é uma fantasma que não conseguiu atravessar para o outro lado e está presa. Se aproxima de Phoebe com intenções nebulosas. De cara se percebe uma personalidade mais dominante, e um ar de malandragem.
Nadeem Razmaadi é o herói mais improvável que você possa imaginar, e um dos autores de toda a confusão que acontece na história, personagem divertidíssimo interpretado por Kumail Nanjiani.
Apesar de no meu ponto de vista eu achar positivo o filme levar o tempo necessário para se desenrolar, isso infelizmente gerou dois pontos negativos:
- Final compactado, com o ponto alto não tendo muito tempo de tela.
- Final anticlimático, depois de um baita filme, esperava algo melhor, mais apoteótico.
Produzido pela Columbia Pictures, Bron Creative, Righ of Way Films, e acompanhado de perto pela Ghost Corps, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo mistura nostalgia à modernidade, dando um passo a mais em relação ao seu antecessor, Mais Além de 2021, com ainda mais mistério, boas atuações, momentos de muita diversão, além do espetáculo dos efeitos visuais.
Dentro de altos e baixos, esse filme distribuído pela Sony Pictures alcança a NOTA QUATRO devido a sua originalidade, mistura nostálgica, efeitos visuais, design sonoro e roteiro.
Se estiverem sozinhos, e perceberem algo estranho em sua vizinhança, chamem os Caça-Fantasmas. Ou façam como o @quadroporquadro, e preparem suas mochilas de prótons, seu manual de física quântica e assistam Ghostbusters: Apocalipse de Gelo nos cinemas!