Antes do lançamento de Ghostbusters: Mais Além a Sony fez questão de esconder tudo sobre o filme: se trata de uma prequência, uma sequência ou um spinoff da série? Qualquer que seja a resposta que eu dê sairá como um spoiler para quem gosta de surpresas, então esteja ciente que a partir daqui essa resenha funcionará mais como uma crítica do que como uma ferramenta do estúdio.
A boa notícia é que Ghostbusters: Mais Além apesar de desnecessário é um filme agradável que não mancha o legado dos filmes anteriores. Jason Reitman carrega o legado do seu pai (Ivan Reitman, diretor dos anteriores) na direção, e assim aprofunda a mitologia do blockbuster de 1984 ao se concentrar nos netos separados de um dos Caça-Fantasmas originais, que são forçados a se mudar para Summerville no meio do nada, em Oklahoma.
A mãe (Carrie Coon, de Garota Exemplar) ainda está magoada por ter sido abandonada por seu pai muitos anos antes, mas pretende resolver a bagunça que ele deixou para trás, esperando que seu filho Trevor, de 15 anos (Finn Wolfhard, de Stranger Things) e a prodígio da ciência Phoebe (a ótima Mckenna Grace, de Capitã Marvel) possam se ajustar à mudança. As crianças se ajustam quase que instantaneamente. Trevor consegue um emprego em uma lanchonete local – para se aproximar mais de Lucky (Celeste O’Connor, de Freaky – No Corpo de um Assassino) – enquanto Phoebe se matricula na escola de verão, ministrada pelo sismólogo amador Gary Grooberson (Paul Rudd, o Homem-Formiga da Marvel). Lá, ela faz amizade com um garoto que se autodenomina Podcast (o quase estreante Logan Kim).
Demora quase uma hora para vermos o primeiro fantasma do filme, embora o filme mostre suas presenças muito mais cedo com uma visão bastante familiar: uma nuvem agourenta rodopiante posicionada diretamente acima da mina há muito abandonada da cidade. Agora, aqui está a parte em que tomo um momento para admitir que não sou o maior dos fãs dos Caça-Fantasmas originais. Gosto da música, dos figurinos, do carro e da logo em desenho animado, mas fico exausto com o final bizarro como pensado originalmente. Além do que, Ghostbusters é o responsável por décadas de imitações preguiçosas (incluindo Homens de Preto e mais alguns filmes da Marvel) em que devemos temer o pior quando algum padrão climático apocalíptico de nuvens em formação aparecem com um raio brilhante de luz roxa descendo do céu para destruir tudo. E, como não poderia deixar de ser, lá vamos nós novamente.
É divertido ver Dan Aykroyd, Bill Murray e Ernie Hudson parecendo frágeis e vulneráveis na velhice, enquanto ainda resistem aos cães infernais e quaisquer outros demônios que tentam romper os portões do inferno. Os efeitos especiais avançaram anos-luz desde 1984, mas Reitman toma a decisão respeitável de manter a aparência do filme original, optando por usar modelos e truques práticos sempre que possível, mas não descartando computação gráfica quando necessária.
Entre Stranger Things e a sequência de Top Gun, a nostalgia da cultura pop dos anos 80 parece estar no auge, mas Ghostbusters: Mais Além tenta não se apoiar apenas nesse sentimento. É projetado para funcionar para aqueles que nunca viram qualquer uma das encarnações anteriores da franquia, e embora o filme adote uma vibração inconfundível da década de 80, você não precisa ter crescido assistindo a esses filmes para apreciar como eles elevam adolescentes rejeitados ao status de heróis.