Jogos Mortais X explora um capítulo não revelado do jogo mais pessoal de Jigsaw. Situado entre os eventos de Jogos Mortais e Jogos Mortais 2, John Kramer, doente e desesperado, viaja para o México para um procedimento médico experimental e arriscado na esperança de uma cura milagrosa para seu câncer.
Habitantes dos cantos escuros da internet, eu quero jogar um jogo… E desliguem seu Motorola V3 ou Nokia 3310 que o filme já vai começar.
Em quase vinte anos de franquia, Jogos Mortais, – que iniciou seu terror nas telonas em 2004 – já provou que é capaz de sempre arrumar um espacinho para contar mais uma história, e claro, nos trazer criativas formas de tortura e punição. Em Jogos Mortais X não é diferente, temos tudo isso em mais uma aparição do amado personagem Jigsaw em um filme basicamente dividido em dois atos, uma história cativante e relacionável, e a punição sangrenta e criativa elaborada por John Kramer.
X se passa entre os dois primeiros filmes da série, e nos leva a imergir na caminhada triste e solitária do Sr. Kramer ao receber o resultado final de seu câncer cerebral, um personagem velho e debilitado, frequentando um grupo de apoio para pacientes terminais. É lá que ele conhece Henry Kessler, que reencontra tempos depois, e lhe indica um tratamento milagroso de um tal Dr. Pederson, que fez seu câncer entrar em remissão total.
Acompanhar esse trajeto na vida de John é bastante triste, intenso e apreensivo, principalmente se você for uma pessoa que já precisou de tratamento médico, tem ou teve alguém muito próximo que já passou por essa situação, e essa relação emocional cria uma conexão mais forte com o personagem, elevando o terror pessoal para um outro nível.
Já em outra parte do filme nós temos as clássicas armadilhas que aterrorizam os personagens escolhidos para provar o seu valor, e em meio às adversidades, mostrar o quanto ainda querem viver, independente da dor que irão passar, e das sequelas que possam vir a ter. Elas são criativas, sinistras e sanguinolentas, nos tirando diferentes reações, que vão do espanto a agonia, nos deixando boquiabertos ou grudados, encolhidos na poltrona.
Jogos Mortais X consegue trabalhar seu espaço como sendo uma sequência essencial, justamente pela história intensa e elaborada que demonstra um maior desenvolvimento dos dois personagens principais da franquia, e sem deixar o nível cair quando se trata das armadilhas.
Outra característica que pra mim é muito interessante, é de que o filme pode muito bem ser consumido sozinho, sem a necessidade de se ter assistido todos os outros nove anteriores. Já que ao mesmo tempo que continua a história de alguns personagens, trazendo também todos os elementos que os fãs amam,Jogos Mortais X também dá conta de ir contando lentamente ao longo do filme a história de base da franquia, revelando aos poucos para os que não a conhecem até chegar nos plot twists característicos, dando aquela mesma sensação marcante que tivemos ao assistir pela primeira vez os primeiros Jogos Mortais. Ou seja, além de ele atender os fãs mais exigentes da franquia, também pode ser o filme de entrada para muitos futuros fãs que estarão entrando em contato com Jigsaw somente agora.
Para encerrar vamos comentar algo que para alguns fãs é o principal de toda a franquia Jogos Mortais…
A VIOLÊNCIA É GRÁFICA!
A mistura de engenhocas de metal pesado e aspecto envelhecido, boa atuação, e os chamados efeitos práticos (para os que não estão familiarizados com o termo, significa que as cenas são feitas utilizando dublês de corpo, muito sangue falso, próteses, e maquiagem artística), trazem à tona uma mistura de sensações incluindo perdição iminente, claustrofobia, ansiedade e muito mais. Fazendo com que o espectador viva junto com o personagem o maior dos desesperos.
Sendo assim, você teria coragem de enfrentar uma dessas armadilhas?