O Dia que Te Conheci

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“O Dia que Te Conheci” e como faz para desconhecer?

Eu juro que preferia estar aqui, super empolgada, escrevendo uma linda crítica sobre uma produção do nosso cinema nacional, haja visto que como admiradora de nossos filmes, que tem na sua grande maioria tantos temas do nosso cotidiano brasileiro, embriagados de cultura, sensibilidade, identidade e com lindas mensagens para a nossa reflexão, O Dia que Te Conheci, frustra o público e passa longe desse cenário, infelizmente.

São 71 minutos de marasmo, de filme arrastado, com momentos que me pego pensando que os atores poderiam ter esquecido seus textos, tamanho é o intervalo de tempo entre as falas. Não bastando isso, o filme conta com um elenco sem graça e uma paisagem pobre, um enredo medíocre e uma produção pra lá de decadente. Sabe aquele filme que em vários momentos você se pega na esperança de que a qualquer momento vai melhorar, vai ter uma reviravolta e vai te surpreender? Pois é, ficou só na esperança, e esse momento não chegou.

Resumidamente, a trama gira em torno de Zeca (Renato Novaes, que é irmão do diretor do filme) que não consegue acordar no horário para ir trabalhar, colecionando atrasos na sua rotina de funcionário de biblioteca de uma escola de rede pública do interior de Minas Gerais, que mesmo diversificando as tentativas com alarmes de celular, e até mesmo pedindo ajuda de seu colega de apartamento, tudo é em vão. É obvio que o esperado acontece, Renato é demitido e a pessoa designada para lhe dar a notícia é Luísa (Grace Passô, de No Coração do Mundo), que trabalha no RH do colégio.

Naquele momento, Renato e Luísa acabam se conhecendo um pouco melhor, quando então Renato explica os motivos de seus atrasos, sua dificuldade de acordar e o uso de medicamentos ansiolíticos, oportunidade em que Luísa também revela que faz tratamento para ansiedade e outros transtornos. Luísa precisa se encontrar com uma amiga e acaba oferecendo uma carona para Renato, que aceita. Após isso, passa-se a assistir uma sequência de cenas cansativas, com diálogos arrastados e sem dinamismo. Resultando em um encontro amoroso de duas pessoas assalariadas, infelizes com a suas profissões e dependentes de medicação para dormir.

O Dia que Te Conheci, é produzido pela Plásticos Filmes, que se propôs entregar uma reflexão cotidiana de forma muito simplificada, buscando abordar questões sociais, da classe trabalhadora, das decepções e dos acasos que nos são apresentados diariamente. Entretanto, é uma obra que nos causa aquela sensação de tempo perdido, tempo jogado fora.

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