Os Cowboys

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Filmes de cowboys eram muito populares no cinema americano entre as décadas de 1930 e 1960, mas ele inspira filmes até hoje, por mais que não se utilizem mais de cowboys, cavalos e índios. Mas certos temas, como rapto, caçada, preconceito e a busca por uma justiça questionável ainda é muito presente em filmes como Os Cowboys, primeiro longa de Thomas Bidegain, conhecido por ter trabalhado em diversos roteiros para filmes do diretor Jacques Audiard, como O Profeta.
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O filme começa de uma maneira um pouquinho diferente: em uma sequência sem diálogos de quase dez minutos, acompanhamos uma famí­lia chegando a um festival country em alguma região da França, pelos idos de 1994. Toda a famí­lia veste roupas para a ocasião, incluindo chapéu e botas, menos a filha de 16 anos, Kelly (Iliana Zabeth). E a garota, que parece não pertencer a esse núcleo familiar tão homogêneo, some ao final da cena, e uma caçada sem limites é iniciada. Aí­ o filme se divide em duas partes. Na primeira, o pai de Kelly, Alain (François Damiens), não para de procurar a garota nem depois que ele e a esposa, Nicole (Agathe Dronne), recebem uma carta da filha dizendo que ela escolheu abandonar a famí­lia e fugir com o namorado muçulmano. E Alain arrasta o filho mais novo, Kid (Finnegan Oldfield), em suas buscas, não importando que as pistas os levem a lugares super perigosos. Depois que o pai desiste, o filho continua as buscas na segunda parte do filme. Da mesma forma que o pai, Kid abandona sua vida e fica em função de encontrar a irmã. Em uma de suas viagens, ele mata um homem no Paquistão e acaba tendo que fugir de lá com a esposa do cara. E isso muda um pouco os planos de Kid, mas sem nunca esquecer a irmã.
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Uma das coisas mais incrí­veis de Os Cowboys é como ele começa aparentemente banal, com sua cena de famí­lia em um festival, depois vira um filme sobre rapto e a procura desesperada de um pai por sua filha, para então se transformar em uma história muito atual, provocando o espectador com seus temas sobre racismo, diferenças entre culturas que não entendemos e não fazemos questão de entender, famí­lia, decisões pessoais que os pais não conseguem respeitar, filhos que não conseguem comunicar seus sonhos e expectativas aos pais. E apesar do sofrimento de Alain, que transforma a busca pela filha em uma obsessão, e depois com a investigação sem muito propósito de Kid, que parece apenas continuar o que o pai começou, não temos muita certeza se aquilo tudo faz sentido. Vale lembrar que Kelly fugiu com o namorado procurando uma vida diferente por vontade própria, e parece que a única pessoa que percebe isso é a mãe, que, apesar de ficar triste e sentir saudades da filha, respeita suas escolhas. E, através das opções de vida de cada personagem, apresentadas com questões como os ataques terroristas nos EUA, Madri e Londres, abrindo o leque para outras situações, como a invasão do Afeganistão pelos EUA, e as recentes hordas de jovens europeus que se alistam ao Estado Islâmico, este filme nos dá muito em que pensar.
Nota:

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Varilux

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