“A morte repentina e trágica de Charles reúne novamente a família Deetz em sua casa no alto da colina em Winter River, desta vez para um último adeus. Porém tudo vai de mal a pior quando alguém repete Besouro Suco três vezes.”
Marcando o retorno de três personagens do filme original, Lydia e Delia Deetz, e claro, o Besouro Suco, com a adição de novos, como, Astrid Deetz e Rory, Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice é uma dessas obras que os fãs não se importam em aguardar o tempo que for para ter o deslumbre de mais detalhes e poder viver uma nova história no mesmo “universo”.
Apostando em uma abordagem mais cômica, com visual e fotografia igualmente mais “clean”, ao mesmo tempo que tenta manter alguma característica – nem sempre bem acertada – da obra original, em uma tentativa, ao que me parece, de alcançar um público mais amplo, Beetlejuice Beetlejuice pode ser um bom entretenimento se você procura assistir um filme light com meia dúzia de esquisitices.
Na minha avaliação, tanto o conteúdo quanto o estilo foram demasiadamente aguados se comparado com o original, desaparecendo com a aura mais pesada e sinistra que antes existia, e que agora é só um esboço em um plano de fundo.
O filme faz uma tentativa de crítica social ao inferir que nós precisamos viver as nossas próprias vidas de maneira plena, ao invés de sermos “fantasmas no mundo real”, numa espécie satírica de “moral da história”.
A história é muito simples e pueril, sobre uma adolescente que não se dá bem com a mãe, e que em algum momento algo acontece em que elas precisam se juntar para resolver o problema. Com inserções de background que não agregam em nada aos personagens ou a história, justificativas fracas, e repetições de elementos do primeiro filme, sem trazer muito originalidade, não imagino o espectador chamando o Besouro Suco pela terceira vez.
Também é possível notar em alguns momentos uma edição com cortes e timing muito abaixo do esperado, ainda mais para um filme tão aguardado, e que possui profissionais bem experientes envolvidos.
Um dos pontos fortes da obra, é o show de efeitos especiais, nada com aquela aura de 36 anos atrás, – cheio de efeitos práticos que eu gosto demais – mas, muito bem feitos. Não sei se repetirão o Oscar recebido por Melhor Maquiagem como em 1989, mas, certamente tanto maquiagem, cenário, figurino e efeitos especiais são as características de maior destaque.
O filme conta com um elenco estrelado, com Michael Keaton (Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância)), Winona Ryder (Stranger Things), Catherine O’Hara (Esqueceram de Mim), Jenna Ortega (Wandinha), Justin Theroux (The Leftovers), Monica Bellucci (Malèna), Burn Gorman (Jamestown), Danny DeVito (Matilda), e Willem Dafoe (Tipos de Gentileza).
Se tratando dos personagens, existe uma gama deles com mais tempo de tela do que o necessário para se contar a história, e, ainda que exista alguma introdução, principalmente aos personagens novos, não se tem o desenvolvimento necessário para nos preocuparmos, interessamos ou importarmos com eles. Além disso, a maioria dos personagens principais flutuam entre ser entediantes, chatos e irritantes.
Pra quem me conhece a algum tempo, sabe da minha preferência em assistir aos filmes mais a cegas quanto for possível, e se tem algo que eu realmente não gosto de assistir, são os trailers. Neste caso, em que assisti o trailer após o filme, pude perceber que o filme meramente complementa os trailer, que deixam de lado no máximo umas 2 informações mais ou menos importantes que acontecem no longo, mas que não aparecem no compacto.
Talvez Tim Burton tenha criado uma sátira do próprio trabalho, mas, entre o cortar e acender das luzes, o filme esmagou uma expectativa que eu nem sabia que tinha.
Portanto, se você, caro leitor, espera um filme leve, com um pouco de esquisitice, e que lhe proporcione um pouco de nostalgia, vá em frente, e faça como o Quadro por Quadro, e assista a Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice Beetleju nos cinemas.