Diretamente das ruas para a tela, o documentário Pele, sob o olhar de Marcos Pimentel e a distribuição da Embaúba Filmes, mergulha de cabeça em uma jornada visualmente cativante e politicamente incisiva. O filme é um chamado à ação, uma explosão de cores e uma celebração da arte como veículo de transformação social.
Em um mundo onde as vozes muitas vezes se perdem em meio ao ruído das grandes cidades, Pele traz à tona o grito surdo dos artistas de rua. A câmera de Pimentel nos guia por um labirinto de metrópoles, revelando os murais e grafites que pulsam com vida e significado. É como se as ruas, por meio da tinta e da criatividade, ganhassem voz para contar suas próprias histórias. Apresentando Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte de uma outra maneira, algo “concretamente” real.
O filme transcende a mera apreciação estética ao fundir a arte com o ativismo político. As intervenções nas paredes das cidades se tornam manifestos visuais, clamando por justiça, igualdade e respeito pela diversidade. A mensagem é clara: a arte não é apenas uma forma de expressão, mas uma arma poderosa na luta por um mundo mais justo e inclusivo.
Ao longo do documentário, somos apresentados a uma galeria de artistas extraordinários, cada um com sua voz única e sua visão particular do mundo. Suas obras transcendem as barreiras físicas das cidades, espalhando-se como sementes de mudança em terrenos férteis de consciência coletiva. São guerreiros urbanos, desafiando as normas estabelecidas e desbravando caminhos para um futuro mais vibrante e de equidade.
No entanto, Pele não é apenas um grito de protesto, mas também um convite à contemplação. A câmera de Pimentel nos leva a momentos de quietude, onde podemos apreciar cada traço e cor, refletindo sobre a profundidade de cada obra. É um convite a se perder na imensidão de detalhes, na complexidade das mensagens e na beleza que reside na simplicidade de um spray sobre uma parede.
Em suma, Pele é um testemunho impressionante da força da arte como instrumento de mudança e da resiliência.