Zack Snyder, conhecido pela abordagem ousada e visualmente impactante de seus longas, retorna com Rebel Moon – Parte 1: A Menina de Fogo, uma aventura de ficção científica que combina elementos familiares em um épico interplanetário. O filme transporta o público para uma colônia pacífica à beira da galáxia, ameaçada pelo regime opressor de Balisarius, e introduz Kora (interpretada por Sofia Boutella) como a única esperança contra a aniquilação iminente. Os colonos, desesperados, enviam Kora em uma missão para reunir uma improvável coalizão de rebeldes de diferentes planetas, todos compartilhando objetivos de redenção e vingança.
A narrativa começa na pitoresca lua Veldt, onde Kora, uma integrante de uma comunidade agrícola com cara de medieval, se torna o ponto focal de resistência contra os líderes autocráticos do Mundo-Mãe. A trama desenrola-se em uma clássica luta de rebeldes contra um império maligno, bebendo na fonte de elementos nostálgicos de narrativas épicas como Star Wars e O Senhor dos Anéis. Sofia Boutella tem uma interpretação cativante como Kora, conferindo à personagem uma mistura de determinação e coragem.
Snyder, também responsável pela direção de fotografia, tece um espetáculo visual impressionante com um orçamento de 166 milhões de dólares, explorando a vastidão do espaço e a diversidade de planetas com efeitos visuais deslumbrantes. A capacidade do diretor de criar imagens cinematográficas que capturam a grandiosidade da narrativa que quer contar é incontestável.
Apesar de reconhecer a magnitude visual de Rebel Moon, a narrativa episódica do filme, que se desdobra como uma série de recrutamentos de personagens e sequências de combate ultraviolentas, deixa muito a desejar. Ainda assim, a produção possui uma capacidade de entreter, com momentos divertidos, como a libertação de Tarak, proporcionando pausas bem-vindas na intensidade da trama.
Em resumo, Rebel Moon – Parte 1: A Menina de Fogo é uma viagem cinematográfica que honra Snyder enquanto cineasta, oferecendo uma experiência visual digna do diretor e personagens carismáticos em um universo intergaláctico de redenção e rebelião (em tempos em que tudo é continuação ou adaptação de algo, cai bem uma obra original, mesmo que beba na fonte de inúmeros outros filmes). O longa, embora não traga grandes novidades em sua abordagem, promete uma jornada interessante para os fãs do diretor e do gênero.