Sem Deixar Rastros

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O suspense polonês baseado em fatos reais "Sem deixar rastros" é pesado e indigesto, mas necessário para que o passado não seja esquecido nem repetido

Imagina dois adolescentes que logo vão para a faculdade celebrando as conquistas estudantis em um lindo dia de verão, em uma praça movimentada da cidade grande onde moram. Eles bebem um pouco de vinho antes de sair, estão falando alto, alegres, correndo e gritando. Um deles inclusive pula nas costas do outro e os dois caem no chão no meio da praça. A cena ia ser encarada de maneira normal, apesar de possivelmente algumas pessoas lançarem olhares de reprovação, se tudo isso não estivesse acontecendo em uma Varsóvia tomada pela opressão do pós-guerra e com milícias esmagando a oposição. Nesse cenário, os jovens foram levados para a delegacia, e um deles foi espancado até a morte.

Infelizmente esse cenário continua bem atual, e isso nos enche de tristeza. Mas o pior do filme ainda está por vir: vamos acompanhar amigos e familiares do jovem, incluindo sua mãe e seu amigo, que estava na delegacia quando o jovem foi morto, enfrentando o governo e os militares para que os culpados pelo bárbaro crime sejam culpabilizados.

Apesar de difícil de assistir, pois a dor dos personagens que brigam por justiça é palpável, apresentada de maneira nua e crua pela incrível atuação dos atores, ele é muito bem feito. A cidade, os personagens, a trama toda, que vai se desenrolando lentamente e nos deixando cada vez mais angustiados e clamando por um desfecho justo, são reais, nada românticos e repletos de humanidade.

Recomendo o filme, vá conferir no cinema, mas não esqueça a caixa de lenços e a calma para não surtar com as injustiças da nossa história.

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