Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia da Vingança

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”Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia da Vingança” mostra que a vingança nacional é tão boa quanto a gringa, tudo que ela precisa é de uma chance.

Todo filme falando sobre vingança, seja qual for o motivo que originou essa vingança, possui elementos básicos, clichês que sempre são seguidos e, com um bom elenco e uma boa produção dá certo na maioria dos casos. Felizmente, o nacional “Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia da Vingança” é um desses casos que deu certo.

O filme é dirigido por Marcos Bernstein (diretor de “Meu Pé de Laranja Lima” e roteirista de “Central do Brasil”) e em entrevista o diretor informou que esse é o primeiro de uma trilogia que acompanhará os estágios da violência.

Gostei bastante do que vi. O filme é dividido em duas partes, antes e após um momento crucial que muda tudo na vida de Carla, nossa protagonista interpretada de forma brilhante pela Cláudia Abreu. Confesso que mesmo tendo gostado do filme achei a primeira parte um pouco lento. Quando as coisas mudam é que o filme fica mais dinâmico. Tem uma cena de perseguição que é fantástica.

Entendo a necessidade de gerar empatia com a situação, mas uma situação como a mostrada no filme não precisa de muito para que todos tenham empatia. Pelo menos todos que não estão mortos por dentro. Nesse ponto achei que o filme forçou demais a tentativa de criar esse vínculo com a protagonista, foram muitas cenas parecidas e tornaram a primeira parte do filme um pouco cansativa, mas vale a pena passar por ela junto com a protagonista até chegar no auge do filme.

Dizem que o amor é contagiante, realmente é, mas o ódio, a raiva, a ira também são e ouso dizer que é muito mais fácil inflamar alguém/uma situação do que acalmá-la, no filme vemos isso também: o ódio sendo contagiante.

São abordados vários temas de forma superficial, pois são temas já bem conhecidos do povo brasileiro e são apresentados apenas para dar um contexto geral da situação de cada um desses problemas que existem na sociedade e que culminam na tragédia.

Como já dizia o sábio Sr. Madruga: “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”, e ele tem razão, mas em alguns casos o desespero é tanto, a revolta com o pouco caso e a injustiça, às vezes o que aconteceu foi tão brutal que você já morreu e não sabe, e o único caminho que te resta é a vingança e é isso que vemos no longa.

Fiquei curioso para ver o “Ato II” e “III”, espero que o filme faça sucesso e que a trilogia seja finalizada.

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