Guardiões da Galáxia Vol. 3 marca o encerramento épico da trilogia iniciada em 2014, consolidando James Gunn como uma força visionária no universo cinematográfico da Marvel. O filme não apenas encerra a história da equipe de desajustados, mas também explora o passado turbulento de Rocket (dublado por Bradley Cooper), dando-lhe um destaque emocional que revela por que esses personagens são verdadeiros heróis da Marvel.
Quando Gunn lançou Guardiões da Galáxia, o grupo peculiar parecia ser a “equipe B” da Marvel, em comparação com heróis mais conhecidos como Homem-Aranha e Capitão América. No entanto, a química e a diversão entre Senhor das Estrelas, Drax, Gamora, Groot e Rocket provaram ser uma fórmula vencedora. Gunn transformou esses anti-heróis em ícones adoráveis, superando até mesmo os Vingadores em entretenimento. Vol. 3 mantém essa essência, proporcionando um final digno para a saga.
O filme se inicia com o grupo tentando se estabelecer em Lugar Nenhum, mas a paz é efêmera quando o passado sombrio de Rocket vem à tona. A perda de Gamora após Vingadores: Guerra Infinita deixa Peter Quill (Chris Pratt) em luto, reunindo os Guardiões para uma missão que pode mudar o destino da galáxia e de um membro da equipe. Gunn habilmente entrelaça elementos de comédia, ação e emoção, criando um filme que é mais do que uma experiência cinematográfica, é um épico que encerra uma jornada de nove anos.
A trama se desenrola ao redor da busca de Rocket por suas origens, revelando um laboratório sombrio e flashbacks que aprofundam sua complexidade emocional. Bradley Cooper dá profundidade ao personagem, tornando-o o coração do time. O luto de Quill pela morte de Gamora e a tentativa de aceitar sua substituição adicionam camadas emocionais à narrativa, explorando temas de identidade e perda.
Vol. 3 desenvolve melhor os demais membros ao elenco, como Mantis (Pom Klementieff), Kraglin (Sean Gunn) e Cosmo, o Cão Espacial (Maria Bakalova), expandindo ainda mais o universo dos Guardiões. A adição de Will Poulter como Adam Warlock traz uma intensidade à trama, enquanto a busca pelo geneticamente modificado Rocket revela um enredo surpreendente e cheio de nuances.
Gunn equilibra habilmente o tom do filme, mantendo a irreverência cômica que se tornou marca registrada da série, ao mesmo tempo em que mergulha em momentos de reflexão e crescimento pessoal para os personagens. A morte de Gamora e sua ressurreição são exploradas de maneira inteligente, abrindo portas para novas dinâmicas dentro da equipe.
A complexidade narrativa é um ponto forte, com Gunn explorando temas éticos relacionados à experimentação genética e inteligência artificial. O antagonista, Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji), adiciona uma camada filosófica à história, questionando a propriedade e o propósito da criação.
Com uma duração de 150 minutos, o filme pode parecer longo, mas cada cena contribui para o desfecho épico. Gunn abraça o legado de Guardiões da Galáxia e oferece uma experiência que transcende as expectativas dos fãs. Ao navegar entre diferentes ambientes e conceitos, o filme mantém o público envolvido, criando uma jornada que parece mais uma temporada de uma série amada do que um filme convencional.
Guardiões da Galáxia Vol. 3 é um tributo aos personagens que conquistaram corações e uma expansão ousada do cosmos Marvel. Gunn entrega um adeus emocional, honrando o legado dos Guardiões enquanto prepara o terreno para futuras explorações no universo cinematográfico da Marvel. Esses heróis podem estar se despedindo, mas o impacto de sua jornada ressoará muito além das telas.