O Senhor dos Anéis: As Duas Torres

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Assim como seu antecessor, “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres” é um ótimo filme

Em mais de 100 anos de cinema, poucas produções cinematográficas da magnitude de “O Senhor dos Anéis” existiram. O diretor Peter Jackson não apenas enfrentou a difícil tarefa de criar e povoar um mundo inteiramente novo baseado na obra de J.R.R. Tolkien, mas também enfrentou os desafios provenientes de um cronograma de filmagebs de dois anos, além de um grupo cético de produtores.

O sucesso de público e crítica de “A Sociedade do Anel” justificou a perseverança de Jackson. Porém, os aplausos acumulados na primeira parte da trilogia perderiam o brilho se qualquer um dos episódios seguintes, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”, não estivessem à altura. E, considerando a qualidade de “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” tinha expectativas astronômicas para alcançar.

Das três partes da trilogia da Terra Média, “As Duas Torres” é a que apresenta a maior desvantagem. Ele sofre da “síndrome do capítulo do meio” – um obstáculo que todo segundo episódio de qualquer trilogia sofre. O filme não têm começo nem fim. Ele pega situações e personagens introduzidos em “A Sociedade do Anel” e os prepara para “O Retorno do Rei”. O truque é envolver o público e impedi-lo de olhar para o futuro – uma tarefa difícil, é claro, mas que Jackson alcança com maestria.

Em quase todos os aspectos, “As Duas Torres” mantém o tom de “A Sociedade do Anel”. Ritmo, desenvolvimento de personagens, avanço de enredo e visual, não deixam nada a desejar. Mais importante ainda, a continuidade é perfeita, permitindo que o espectador familiarizado com o primeiro filme flua sem esforço para o segundo. É claro que aí também reside uma desvantagem. “As Duas Torres” não consegue existir sozinho. Assistir o primeiro filme não é apenas aconselhável, é obrigatório. Quem tentar assistir “As Duas Torres” sem ter visto (ou lido) o primeiro capítulo está fadado à confusão, e vai detestar esse segundo.

O filme começa após a captura de Merry (Dominic Monaghan) e Pippin (Billy Boyd) pelos orcs. A Sociedade é dissolvida. Enquanto isso, Frodo (Elijah Wood) e Sam (Sean Astin) seguem sua jornada rumo à Montanha da Perdição para destruir o Um Anel, e Aragorn (Viggo Mortensen), Legolas (Orlando Bloom) e Gimli (John Rhys-Davies) partem para resgatar os hobbits sequestrados.

O clímax impressionante de “As Duas Torres” é a batalha do Abismo de Helm – um espetáculo de 30 minutos que apresenta o cerco de uma fortaleza de pedra aparentemente inconquistável por um exército de 10.000 criaturas de Sauruman (Christopher Lee). Dentro dessa fortaleza está uma pequena força de centenas de humanos e elfos. Embora o ataque ocupe apenas poucas páginas do romance de Tolkien, Jackson o transformou na peça central do filme – uma batalha incrível contra probabilidades impossíveis. E, embora seja necessária uma enorme quantidade de efeitos especiais para tornar a batalha crível, mas Jackson nunca deixa a computação gráfica sobrecarregar os elementos humanos do que está acontecendo, e há muitas cenas em que figurinos, cenografia, e a maquiagem povoam nossa imaginação, não o trabalho computacional.

Os atores que retornam cresceram muito em seus papéis. Há mudanças, é claro. O Frodo de Elijah Wood está assombrado e cansado, confiando mais em Sam. O Aragorn de Mortensen se torna uma figura mais heróica. Ian McKellen interpreta Gandalf com mais autoridade. O recém-chegado Bernard Hill traz um senso de grandiosidade para Théoden. Miranda Otto é majestosa e forte como Éowyn. Brad Dourif faz o viscoso Grima Língua de Cobra, o servo de Sauruman que envenena os ouvidos de Théoden. E, como Gollum, Andy Serkis (cuja atuação é os primórdios da captura de movimentos) apresenta seu personagem distorcido como uma criatura estranhamente trágica e conflituosa. Sentimos pena de Gollum.

“As Duas Torres” começa um pouco devagar, mas a segunda metade empolga e deixa o público desejando mais quando sobem os créditos. Combinados, “A Sociedade do Anel” e “As Duas Torres” representam as seis horas mais envolventes e impactantes em muito tempo. Assim como seu antecessor, o segundo capítulo é um ótimo filme, imperdível para quem aprecia aventuras de fantasia.

Conheça os demais filmes da franquia

Clique nos pôsteres para ler nossa crítica sobre o filme.

O SENHOR DOS ANÉIS: A SOCIEDADE DO ANEL
(2001)

O SENHOR DOS ANÉIS: AS DUAS TORRES
(2002)

O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI
(2003)

O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADA
(2012)

O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG
(2013)

O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS
(2014)