Cinquenta Tons de Cinza

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"Cinquenta Tons de Cinza" não é ruim, mas podia ser muito melhor

Cinquenta Tons de Cinza não traz nada de novo ao cinema erótico, e isso é ponto pací­fico. Não há nada ali que não tenha sido mostrado em 9½ Semanas de Amor ou no ótimo Secretária. Mas este também não é o tí­pico arrasa quarteirões que o cinema hollywoodiano está acostumado.

O insano sucesso da trilogia de livros se dá para mostrar o quão fortes podem ser as fantasias femininas e este sucesso deve alavancar a percepção do público sobre esta adaptação.

A adaptação não é tão cansativa ou ridí­cula como alguns esperavam e, ao se falar de adaptação de obras literárias, fica entre os péssimos Crepúsculos e o ótimo Garota Exemplar. Apesar de que as analogias com Crepúsculo e seu “prí­ncipe” inalcançável sejam bem mais palpáveis.

A principal razão para o filme funcionar é a escolha de Dakota Johnson. Ela dá o tom insosso que a personagem carece, mas sem parecer ridícula como Kristen Stewart em Crepúsculo. Já Jamie Dornan e seu Christian Grey soa apático e enigmático, mas deixando a dúvida se tal apatia se deve por sua atuação duvidosa ou pelas escolhas da diretora.

Dá para entender que a relação dominante e submissa talvez não seja o chamariz principal do filme para o público feminino, mas a forma como a relação entre seus personagens se desenvolve o é, com certeza. E apesar de vários diálogos estapafúrdios e bobos, tal relação quase parece plausível no cinema.

A diretora faz o que pode para dar unidade ao filme. A fotografia é bem tratada e a trilha sonora está bem colocada em momentos chave. O filme é elegante e não se suja com o sadomasoquismo retratado em nenhum momento, não correndo o risco de afugentar o público que almeja alcançar.

Se ousasse um pouco mais, poderia beirar o Ninfomaní­aca de Lars Von Trier. Não o faz! Resta esperar para que nos próximos, os produtores tenham uma maior audácia e que não desandem a mão com o que já deu certo neste primeiro episódio.

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