As chances de você ter passado pela adolescência se sentindo deslocado, diferente, querendo ser como os outros, os populares, mas ao mesmo tempo ser você mesmo, são grandes. Todos já foram adolescentes esquisitos e se sentindo uns losers rs faz parte do processo. Antes que você pense que “lá vem mais uma comédia sobre o colegial onde a moça patinho feio sofre uma transformação fashion e fica com o cara mais gato da escola”, tire essa ideia da cabeça.
The Duff brinca com os estereótipos normalmente retratados nesses filmes. A começar pela protagonista Bianca Piper, que é interpretada por Mae Whitman. Bianca é uma moça viciada em filmes de terror, bonita, inteligente, que não usa maquiagem, veste-se em camisetas com referência cult e tem um senso de humor mais irônico. Ela é a melhor amiga de Jess (Skyler Samuels) – gentil, aspirante a designer de moda e toda zen – e Casey (Bianca Santos) – a durona, hacker, esportista, que também são duas das garotas mais lindas do colégio.
Bianca tem uma paixonite por Toby Tucker (Nick Eversman) – pausa para rir muito com a introdução de Toby -, um cara com um cabelo esvoaçante e que toca violão. Sua mãe (Allison Janey) é uma mulher que superou sua separação escrevendo um livro de autoajuda e dando palestras motivacionais, mas que não consegue conversar de fato com a filha sem deixar de despejar seu discurso de costume. E Madison (Bella Thorne) é a “rainha” do colégio, a típica pessoa que você sabe que vai atingir seu máximo no colegial porque é a época mais importante de suas vidas – ou é o que ela pensa.
Bianca acredita que não existem mais divisões de panelinhas como antigamente, mas seu mundo vem abaixo quando Wesley Rush (Robbie Amell), o bonitão do colégio que também é seu vizinho, explica que ela, segundo a teoria, é a Duff do grupo das amigas – Duff seria abreviatura para “amiga designada gorda e feia”. Ela surta ao ver que a teoria tem fundamento e corta relações com as amigas e pede ajuda a Wesley para conseguir falar com Tobey.
A partir daí, o filme vai construindo e desconstruindo muitos estereótipos dos típicos filmes adolescentes, como Bianca tendo dificuldade para falar com Tobey, mas se imaginando dando uns pegas nele (hahahhah) e Wesley sendo o cara popular aparentemente bobão, mas que também está lidando com seus próprios problemas e não é tão imbecil assim.
The Duff consegue mostrar a visão feminina e a masculina, colocando todos os pré-conceitos em xeque e de forma honesta e muito bem humorada. E nos dá uma protagonista carismática, sensível, divertida, gente como a gente, com a qual conseguimos nos identificar e que nos dá um banho de moral – no melhor sentido – quando chega a uma conclusão depois desse “experimento”. Não quero falar muito para não estragar, porque spoiler hoje em dia é crime inafiançável rs mas esse é um filme para reafirmar o quanto é importante ser fiel a si mesma; como às vezes podemos fraquejar e ter dúvidas em seguir o caminho mais tortuoso e ser diferente da maioria; mas como é maravilhoso se descobrir feliz na sua própria pele.
D.U.F.F.
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