Não me precipito em dizer que desde meados de 2014 para cá tem sido uma das melhores fases para fãs de filmes de terror.
O Mal que Nos Habita, dirigido pelo argentino Demián Rugna, é uma obra prima para fãs de terror e um clássico instantâneo do gênero, que no mesmo longa inclui body horror, terror psicológico, slasher, gore, folk horror, crianças assassinas, anti-Cristo, jump scares e claro, possessão, tudo com maestria.
Na trama, ambientada em uma vila remota da Argentina, dois irmãos encontram um cadáver mutilado perto de sua propriedade e se reúnem com os moradores locais para investigar o incidente. Logo, eles descobrem que os acontecimentos estranhos na região estão sendo causados por um espírito que entrou em um homem que estava à espera dos procedimentos necessários para livrar seu corpo de um demônio purulento, prestes a dar a luz ao mal que lhe carrega. Na tentativa de impedi-lo, as coisas logo saem do controle, dando início à uma onda de violência crescente e desenfreada, que se alastra pela cidade.
O diretor Demián Rugna cria uma atmosfera de tensão e total desconforto desde o início do filme, usando elementos como a escuridão, a solidão e a natureza selvagem para criar um senso de medo e incerteza. A produção também conta com algumas cenas de terror memoráveis e bizarras, que são capazes de assustar até mesmo os espectadores mais experientes. As cenas de possessão demoníaca são particularmente perturbadoras, e conseguem causar um impacto emocional significativo. Você mal acaba de se recuperar de um soco no estômago visual e já recebe outra porrada.
O elenco também é muito bom, com as performances de Ezequiel Rodriguez, Emilio Vodanovich e Silvina Sabater sendo particularmente ótimas. Os atores conseguem criar personagens realistas e identificáveis, que ajudam a tornar o filme mais real.
Demián Rugna também merece muito destaque. Ele consegue criar um filme que é visualmente impressionante e emocionalmente incômodo. A direção do filme é precisa e eficiente, e consegue transmitir o clima de suspense de forma sinistra e eficaz, tratando do tema de possessão demoníaca de uma forma muito original e inovadora, adicionando novas perspectivas e um novo ângulo para o subgênero, completamente diferente do que já vimos anteriormente. É uma das produções mais ousadas, intensas, viscerais e imprevisíveis dos últimos anos, não economizando nem mesmo crianças. O demônio é como uma doença que se espalha e atinge quem tem contato com ele. O mal é uma praga. E sente o cheiro do medo.
Com um tom insano, brutal, intransigente, assustador e totalmente maldoso, o filme não é para todos, mas imperdível para os amantes de uma obra bem feita. Quando o filme termina, você ainda fica com ele grudado na cabeça, pensando no que diabos acabou de ver…