Coproduzido por Brasil e Estados Unidos, On Yoga – Arquitetura da Paz foi um dos finalistas da categoria documentário, no festival londrino Raindance Film Festival, que marcou também a estreia mundial do longa. Heitor Dhalia, diretor brasileiro conhecido por O Cheiro do Ralo, dirige a produção da Paranoid Filmes, Urso Filmes e Michael O’Neill Studio.
Dhalia, através de filmagens e fotos provenientes do livro homônimo do fotografo Michael O’Neill, extrai depoimentos do autor e de pessoas que cruzaram a trajetória dele, que descobriu no yoga e na meditação (após uma cirurgia que paralisa seu braço direito) uma maneira de se recuperar. Segundo o neurologista que cuidava do seu caso, ele jamais conseguiria usar o braço para continuar seu trabalho de excelência com as mais diversas celebridades (“On Yoga – Arquitetura da Paz” traz o talentoso diretor Heitor Dhalia para o mundo dos documentários entre eles Paul Neumann, Orson Wells, Andy Warhol e Bob Dylan) e as maiores revistas do planeta. Hoje, ele é fascinado pela prática de yoga tendo se recuperado da sua limitação!
O diretor acerta em não fazer um filme didático sobre as origens ou sobre a prática e sim a respeito da jornada de um homem em busca de equilíbrio em um mundo caótico e alienado. O próprio O’Neill fala que se perguntassem a ele, 20 anos atrás, o que é yoga, ele diria que é uma espécie de exercício físico. Hoje em dia ele acredita que o yoga ensina a nos conectarmos com o nosso eu interior.
Curiosamente, a história de O’Neill me faz lembrar, de certa maneira, a trajetória do Doutor Estranho, herói da Marvel adaptado aos cinemas em 2016, mesmo ano em que Heitor e Michael viajavam juntos para realizar entrevistas com gurus e grandes mestres do yoga em várias partes da Índia e finalizaram as filmagens do documentário em Nova York.
O fotografo decidiu dedicar-se por dez anos para experimentar e gravar o mundo do yoga nesta conjuntura crítica da sua história. O documentário de Dhalia foi idealizado como uma extensão profunda da obra original, ao colocar questões humanas a partir da perspectiva atual e misturá-la com elementos de movimento e som experimental, o que resulta em uma nova visão da arte do yoga.
Os mantras vocalizados no filme nos remetem à Índia antiga onde nascia a origem de tudo. Michael, como praticante e profundo conhecedor do yoga, soma muito ao olhar e ao conhecimento de dramaturgia de Dhalia resultando em uma história ricamente bela. É uma homenagem à linhagem clássica do yoga que nos ajuda a entender esse mundo único trazendo imagens de alguns dos yogues mais influentes do mundo.