Ralé

Personalidades como Helena Ignêz (ex-fera oxigenada Sônia Silk), Djin Sganzerla, e Ney Matogrosso, iluminam o já solar Ralé.
O título vem da peça atemporal de Gorki, que fala sobre uma parcela obscura da sociedade, esquecida e ignorada pelas classes dominantes.
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Através de diálogos e atuações teatrais, somos forçados a enfrentar assuntos polêmicos que muitos de nós negamos no cotidiano. É um filme difícil, poético e performático. É um filme metalinguístico, que discute a própria existência enquanto arte. É um filme de crítica, que denuncia a produção artística nacional que copia, mas não cria. Reproduz. Pari obras estéreis, deformadas e carentes de personalidade. A própria legenda no filme nasce dessa crítica, que além de informar, também é personagem.
Ralé faz referências a filmes, comoA Caixa de Pandora de George Wilhelm Pabts, que muitos acreditam ser o primeiro com temática lésbica do cinema, e Copacabana Mon Amour, “antifilme” do Cinema Marginal dirigido por Rogério Sganzerla. Essas referências alimentam e ajudam a construir a estética do filme: uma obra feminista, gay, espiritualista e marginal. O longa talvez não agrade o público acostumado a um cinema McDonald’s.
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A narrativa é recortada e provocativa. Ralé cria desconforto, caso você seja afetado por alguns dos temas polêmicos. O drama é um reflexo do Cinema Marginal em um espelho coberto por fita isolante. Por fim, só posso dizer: “Olha o fantasma, o fantasma!”
Nota:

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