Relatos Selvagens

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O diretor/roteirista argentino Damian Szifron, no seu filme Relatos Selvagens, nos presenteia com uma série de seis curtas onde a natureza humana é mostrada da maneira mais selvagem possível (fazendo referência direta ao título). Nessas seis histórias, os humanos são transformados em animais, e com o calor do momento de cada uma das situações, é impossível não se identificar com algum dos personagens. A não ser, é claro, que você viva em um comercial de margarina onde tudo é perfeito.
Como em todas as antologias de curtas, alguns capítulos são melhores que outros. Não há conexões entre as histórias, mas, em geral, o tema e humor negro são os mesmos. A história antes dos créditos iniciais traz o tom das demais, e não é com surpresa que vemos o nome de Pedro Almodóvar como um dos produtores do filme.
Relatos Selvagens bebe na fonte do cinema surrealista de Almodóvar, traço que lhe caiu tão bem ao longo de toda sua carreira. Dito isto, a sequência inicial dessa produção causa mais risos do que os longas recentes do diretor espanhol.
Os “relatos” são diversos. Vemos uma briga cheia de raiva que começa de maneira tão banal numa estrada, um pai que coloca sua vida em risco por causa de uma multa de estacionamento, um casamento infeliz, uma garçonete reencontrando um velho conhecido e um segmento focado num adolescente bêbado que mata uma grávida atropelada. Cada sequência leva seus personagens ao limite. Todos acabam por perder o controle de suas vidas – e falando de maneira sádica, quem nunca passou por uma situação fora de controle?
Há tempos não tínhamos uma comédia de humor negro como essa. Enlouquecida, surreal e absolutamente hilariante (no sentido negro da palavra). O diretor dá um tom consistente ao longa, e com um elenco brilhante acompanhamos as conseqüências obscuras de situações cotidianas que tendemos a não acreditar que estamos vendo no jornal. No fim das contas, acredite, você nunca mais irá brigar com outro motorista no trânsito.

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