Crescer em meio a disputa pelo controle do Canal do Panamá foi determinante para quem seria um dos maiores boxeadores de todos os tempos. Mãos de Pedra: A História Verdadeira de Roberto Durán conta a história do lutador que por 33 anos defendeu vários títulos e fez inúmeros adversários beijarem a lona.
A carreira de Roberto Durán (Edgar Ramírez, de Caçadores de Emoção: Além do Limite) é impulsionada depois que o indisciplinado lutador conhece Ray Arcel (Robert De Niro, de Joy: O Nome do Sucesso), o treinador que muito influenciou suas decisões de vida, esteve presente em seus momentos de derrota e também o levou a tantas vitórias. Nesse novo filme temos um pequeno vislumbre das 119 lutas que marcaram a trajetória do campeão e daqueles que fizeram parte de sua história.
Dinâmico e envolvente, o filme chega nocauteando os espectadores com uma trama rápida, que exige fôlego, mas que foca mais na narrativa da vida pessoal de Roberto Durán do que em sua carreira propriamente dita. Mesmo assim, Ramírez desempenha o papel principal e mostra domínio total de seu personagem, incorporando as várias faces de um homem com um passado difícil, que aprendeu a dar vazão às suas emoções pelos punhos.
Ao lado de Ramírez estão grandes estrelas do cinema: Robert De Niro e John Turturro (o mafioso Frankie Carbo), de The Ridiculous 6, que estiveram juntos em Touro Indomável, mostrando que a temática do boxe é uma velha conhecida dos veteranos. Inclusive, durante as filmagens do filme que protagonizou, De Niro conheceu o verdadeiro Ray Arcel personagem que interpreta dessa vez. E mesmo que as lutas do filme não sejam tão convincentes, pois os olhos mais atentos irão perceber a “falsa” atuação dos socos e o jogo de câmera que tenta sem sucesso passar mais realidade, a rivalidade entre Durán e Leonard foi muito bem exposta, deixando tudo muito crível.
A contextualização do filme, tanto nos momentos em que a infância de Durán foi retratada quanto em sua vida adulta, em meados das décadas de 70 e 80, merece grande destaque. Não só pela filmagem em si mas o modo como o diretor venezuelano Jonathan Jakubowicz conduziu sua estreia na categoria de longas metragem, mostrou que podemos esperar grandes feitos para o futuro.