Godzilla

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Um renascimento épico para o icônico "Godzilla"

A ideia de refazer Godzilla soa todos os alarmes possíveis. Mas a boa notícia é que o filme de Gareth Edwards (Monstros) é um renascimento épico para os clássicos japoneses e ainda consegue passar bem longe da porcaria americana que foi a versão de Roland Emmerich (2012), de 1998.

Edwards, com o roteiro de Dave Callaham e Max Borenstein, segue os pequenos humanos correndo aos pés deste enorme e antigo predador alfa que surgiu das profundezas mais escuras da Terra.

No filme, Joe Brody (Bryan Cranston, de Breaking Bad) criou o filho sozinho após a morte da esposa (Juliette Binoche, de Cosmópolis) em um acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam, no Japão. Ele nunca aceitou a catástrofe e quinze anos depois continua remoendo o acontecido, tentando encontrar alguma explicação. Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson, de Kick-Ass – Quebrando Tudo), agora adulto, é soldado do exército americano e precisa lutar desesperadamente para salvar a população mundial – e em especial sua família – do gigantesco, inabalável e incrivelmente assustador monstro Godzilla.

É claro que esse novo filme tem uma grande dívida com a versão de 1998. Edwards leva em conta as principais críticas ao filme anterior (evite Nova York, diálogos escapistas e humor exagerado). Ainda assim, essa versão bebe na fonte de outro filme catástrofe do diretor de 1998: Independence Day. Assim como aquela aventura, o novo filme segue não apenas o caminho de destruição dos monstros, mas também o impacto que isso tudo tem sobre a humanidade.

Vamos das Filipinas para o Japão, do Havaí para a costa oeste dos Estados Unidos. E ao longo do caminho, Edwards nos mantém em contato com a família Ford, a equipe de pesquisa liderada por Ken Watanabe (O Último Samurai) e Sally Hawkins (Blue Jasmine), as tropas militares lideradas por David Strathairn (O Legado Bourne), e ocasionalmente pousa em pequenos momentos com extras de fundo apenas para reforçar a situação desta ser uma batalha que afeta toda a raça humana.

É difícil que um filme tenha tantos pontos focais diferentes, mas Edwards consegue fazer isso, sem que o seu filme pareça disperso. O monstro do título é o centro desta teia de histórias e o diretor nunca nos deixa esquecer como tudo está conectado.

Ele humaniza tudo ao mostrar, em grande parte das cenas, Godzilla a partir de perspectivas humanas. Seus ângulos inteligentes de câmera nos mantêm focados no perigo que os humanos em tela estão correndo, sempre enfatizando a escala surpreendente dessas feras.

Godzilla é tudo que você deseja de um filme do verão americano. Tem uma boa construção de mundo e aquela quantidade estrondosa de efeitos especiais que tornam o filme perfeito para ser visto na telona. Tem um elenco que trata a narrativa e o gênero com respeito. E assim se torna o melhor filme de desastre desde Independence Day.

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