Missão: Impossível – Nação Secreta marca o quinto filme da franquia e traz Ethan Hunt (Tom Cruise) em uma nova e eletrizante missão. Desta vez, a ameaça vem do Sindicato, uma organização secreta formada por ex-agentes altamente treinados, tão letais quanto a própria IMF. O filme mantém o ritmo acelerado, misturando ação desenfreada com uma trama de espionagem envolvente, fazendo jus ao legado construído pela série desde sua estreia nos cinemas.
O filme começa com o IMF sendo desmantelado após a pressão do diretor da CIA, Hunley (Alec Baldwin), e Ethan se encontra perseguido tanto pelo Sindicato quanto por sua própria agência. Sem recursos, ele se une a velhos aliados como Benji (Simon Pegg), Brandt (Jeremy Renner) e Luther (Ving Rhames) para tentar destruir essa “nação secreta”. O conflito entre a IMF e o Sindicato não só traz cenas de ação memoráveis, mas também reforça a ideia de que Ethan e sua equipe estão sempre um passo atrás, lutando para sobreviver.
Tom Cruise, como de costume, se entrega completamente ao papel. Se no filme anterior ele escalou o Burj Khalifa, em Missão: Impossível – Nação Secreta ele se supera novamente, pendurado na lateral de um Airbus A400M em pleno voo, sem o uso de efeitos especiais. Embora essa seja a cena mais impressionante visualmente, é no suspense das cenas subaquáticas e nas perseguições de carro e moto que o filme realmente brilha. Essas sequências são intensas e bem coreografadas, mantendo o público grudado na poltrona.
A trama se desenvolve em várias locações ao redor do mundo, passando por Viena, Londres e Casablanca. A cinematografia aproveita bem esses cenários, proporcionando momentos visualmente deslumbrantes, mas sem perder o foco na ação. Ao contrário de outros filmes da série, que às vezes sacrificam a narrativa pelo espetáculo, aqui há um equilíbrio bem-vindo. Christopher McQuarrie, que também dirige, faz um excelente trabalho ao construir uma atmosfera de tensão e desconfiança, complementada por reviravoltas que mantêm o público envolvido do início ao fim.
Rebecca Ferguson, no papel da misteriosa Ilsa Faust, é um dos destaques do filme. Sua personagem é forte, ágil e, em muitos momentos, mais eficiente que o próprio Ethan. O jogo de confiança e desconfiança entre Ilsa e Ethan traz uma dinâmica interessante ao longa, e o fato de que ela não se encaixa no estereótipo de “mocinha em perigo” acrescenta uma camada extra de profundidade ao filme. A relação entre os dois é pautada mais pela parceria profissional do que por um romance tradicional, algo raro em filmes de ação desse tipo.
Os personagens coadjuvantes também desempenham papeis importantes. Simon Pegg, como Benji, ganha mais tempo de tela e oferece um alívio cômico sem desviar do tom sério do filme. Jeremy Renner e Ving Rhames, embora com menos destaque, complementam bem a equipe e reforçam a sensação de camaradagem entre os agentes da IMF. A química entre o elenco é palpável, e isso contribui para que o filme flua de maneira orgânica, sem parecer forçado.
Apesar de estar no final da temporada de blockbusters, Missão: Impossível – Nação Secreta consegue se destacar por entregar uma ação mais fresca e criativa do que outros filmes lançados no mesmo período. O tom é mais sério do que em alguns dos filmes anteriores, mas há momentos de humor bem dosados, o que evita que o filme se torne pesado demais. A mistura de ação e tensão, com uma pitada de leveza, é o que mantém a franquia relevante e cativante para o público.
O vilão Solomon Lane, interpretado por Sean Harris, é uma presença ameaçadora, mas sutil. Sua atuação fria e calculista reforça o clima de paranoia e intriga que permeia o filme. Lane não é um vilão extravagante, mas sua inteligência e os recursos de sua organização o tornam um adversário digno para Ethan e sua equipe. A maneira como o Sindicato é retratado, como uma sombra da IMF, dá ao filme um ar de jogo de xadrez, onde cada movimento é crucial.
No geral, Missão: Impossível – Nação Secreta é um sucesso absoluto, oferecendo tudo que se espera de um filme de espionagem: ação de tirar o fôlego, personagens carismáticos, e uma trama cheia de suspense e reviravoltas. Com esse filme, a franquia prova que ainda tem muito fôlego e que Tom Cruise está longe de pendurar as botas de Ethan Hunt. Uma sexta missão parece não só possível, mas também necessária.