Mortal Kombat

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"Mortal Kombat" ganha uma nova adaptação sanguinolenta e acerta mais uma vez

A mistura entre sangue e jogabilidade foi o que tornou Mortal Kombat um sucesso nos fliperamas na década de 90. E enquanto o filme de 1995 quebrou a maldição das adaptações de videogame – após bombas como Street Fighter e Super Mário Bros. no início daquela década – o fez transformando o jogo em um filme de ação bem kitsch e datado. Embora muito próximo do cinema de Hong Kong, o azarão (que arrecadou US$ 122 milhões) não envelheceu bem, considerando o quanto Matrix e O Tigre e o Dragão ainda continuam bem, mesmo com sua idade cinematográfica.

Agora, Mortal Kombat recebe um reboot sem censura, a altura do que os fãs acreditam que a franquia de jogos merece, o que implica ser tão gráfico quanto o jogo foi quando chega a hora dos lutadores eliminarem seus oponentes. Esses movimentos de finalização implacáveis (fatalities) ​​podem ser o ponto alto aqui, mas é a história mais simples que abre caminho para a Warner Bros. ter uma franquia revigorada em suas mãos.

No filme, Shang Tsung (Chin Han, de Batman: O Cavaleiro das Trevas), imperador da Exoterra, envia seu melhor guerreiro, Sub-Zero (Joe Taslim, de Velozes & Furiosos 6), para assassinar o jovem Cole Young (Lewis Tan, de Deadpool 2). Temendo pela segurança da família, Cole vai em busca de Sonya Blade (Jessica McNamee, de Megatubarão) seguindo a indicação de Jax (Mehcad Brooks, de Supergirl), um major das Forças Especiais, que tem a mesma estranha marca de dragão com a qual Cole nasceu. Logo, ele se vê no templo do Lorde Raiden (Tadanobu Asano, de Thor: Ragnarok), um Deus Ancião e guardião do Plano Terreno, que abriga todos que possuem a marca. No templo, ele treina com os experientes guerreiros Liu Kang (Ludi Lin, de Power Rangers), Kung Lao (Max Huang, de Kingsman: Serviço Secreto) e Kano (Josh Lawson, de Tudo por um Furo), enquanto se prepara para lutar contra os inimigos da Exoterra em uma batalha pelo universo. Será que Cole irá longe o suficiente para desbloquear sua arcana – o imenso poder da sua alma – a tempo de salvar não apenas a família, mas interromper os planos de Shang Tsung de uma vez por todas?

Mortal Kombat funciona principalmente como prólogo para o que está por vir nos capítulos vindouros reintroduzindo personagens dos mais de 11 jogos disponíveis – desde ícones como Liu Kang e Goro (uma monstruosidade CG de quatro braços dublado por Angus Sampson, de Mad Max: Estrada da Fúria) até a criação de um competidor nunca visto com Cole Young. Um lutador de MMA estilo Muay Thai que não entende o significado de sua marca de nascença em forma de dragão.

O desafio para os roteiristas Greg Russo (novato que está cotado para escrever Death Note 2) e Dave Callaham (Mulher-Maravilha 1984) aqui não foi criar Cole Young, mas sim inventar algumas linhas de história para desencadear todas as cenas de luta sangrenta que o diretor estreante Simon McQuoid deseja mostrar. E eles conseguem.

O novo Mortal Kombat é simples e faz parecer que as lutas estão ali para fazer parte da história e não o contrário. McQuoid prova que se os cineastas levarem o jogo original muito a sério na hora da adaptação eles correm o risco de deixar os fãs alienados e descontentes com sua adaptação (vide os diretores Andrzej Bartkowiak e Uwe Boll, dos péssimos Street Fighter: A Lenda de Chun-Li e Alone in the Dark: O Despertar do Mal, respectivamente).

Fiel ao jogo, a violência concebida por McQuoid é terrivelmente criativa e gratuitamente extrema, como quando Kano apunhala um sinalizador aceso em Reptile (reinventado como um réptil aqui) para rastrear os movimentos do inimigo invisível.

O novo Mortal Kombat traz a franquia de filmes para os anos 2020. E mesmo que os jogadores rejeitem esta última encarnação – o que eles não vão fazer, já que podem transmiti-la nas mesmas telas que usam para jogá-la (o filme está estreando nos cinemas e no streaming HBO Max lá fora) – uma coisa é certa, não há como matar esta franquia.

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