O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

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As raízes de Rohan em “O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim”

Kenji Kamiyama entrega um espetáculo animado que faz jus à grandiosidade de Tolkien em O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim. Situado cerca de 200 anos antes da trilogia de Peter Jackson, o filme narra a origem do Abismo de Helm e mergulha na história de Helm Hammerhand, o rei lendário de Rohan. Com uma abordagem visual deslumbrante e uma narrativa focada, a obra se destaca como uma das produções mais ousadas da franquia em anos.

Diferente de séries como Os Anéis de Poder, que apostam em uma construção expansiva, este filme se mantém firme em uma trama autossuficiente e envolvente. A história de Helm Hammerhand (Brian Cox) e sua filha Héra (Gaia Wise) é contada de forma intensa e intimista. Mesmo para quem não conhece os detalhes dos apêndices de Tolkien, a narrativa oferece uma experiência cativante e acessível.

Narrado por Éowyn (Miranda Otto), o filme revisita os campos de Rohan, explorando a relação entre Helm e seu inimigo jurado Wulf (Luca Pasqualino). Os laços de infância rompidos entre Héra e Wulf dão à trama uma carga emocional digna de tragédias shakespearianas. A briga entre Helm e Freca (Shaun Dooley) estabelece de forma rápida e impactante o tom para os conflitos que se desenrolam.

O ponto forte de O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é, sem dúvida, sua estética visual. Kamiyama utiliza uma combinação de animação 2D em estilo anime e cenários 3D detalhados que encantam os olhos. O jogo entre os estilos, especialmente em cenas com neve ou fogo, cria um espetáculo visual comparável às inovações vistas em Homem-Aranha no Aranhaverso. Essa abordagem adiciona uma nova dimensão ao universo de Tolkien, ampliando sua estética sem abandonar suas raízes.

Embora o filme introduza muitos personagens secundários, como Olwyn (Lorraine Ashbourne) e Fréaláf (Laurence Ubong Williams), a trama nunca parece dispersa. Cada figura desempenha um papel essencial na narrativa, garantindo que os eventos se desenrolem de maneira coesa. É particularmente interessante ver como Héra, uma personagem inédita nos livros, ganha destaque como líder e figura central da resistência.

As cenas de batalha são um show à parte, especialmente o cerco a Edoras e o confronto climático no Abismo de Helm. A atenção aos detalhes militares e estratégicos rivaliza com os momentos mais épicos da trilogia de Jackson, evocando nostalgia sem depender exclusivamente dela. A animação dá vida aos combates de maneira visceral e dinâmica, reafirmando o peso dos eventos.

O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim não apenas expande a mitologia da Terra-Média; ele reforça a relevância do legado de Tolkien para o cinema contemporâneo. Com uma narrativa emocionalmente rica e um visual espetacular, o filme se apresenta como uma experiência imperdível tanto para fãs quanto para novos admiradores. Mais do que um spin-off, é uma celebração da grandiosidade de Rohan e do poder das histórias que definem gerações.

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