+ Velozes + Furiosos, sequência de Velozes & Furiosos, é uma daquelas produções que parecem existir por pura inércia de bilheteria. A fórmula de sucesso do filme original garantiu que uma sequência fosse inevitável, mas, infelizmente, esta se afasta do que fez o primeiro filme funcionar e oferece pouco além de cenas de ação sem alma e um enredo raso que, em última instância, decepciona.
A trama segue Brian O’Conner (Paul Walker), ex-policial agora envolvido em uma nova missão para se infiltrar no crime organizado de Miami. Desta vez, ele recebe ajuda de Roman Pearce (Tyrese), seu antigo colega, e da agente secreta Monica Clemente (Eva Mendes). O objetivo é expor o chefão do tráfico Carter Verone (Cole Hauser) enquanto eles se disfarçam como motoristas dele. Embora essa premissa pudesse render boas cenas de tensão, a execução acaba sendo frustrantemente previsível.
Um dos maiores problemas de + Velozes + Furiosos é a total falta de substância em seus personagens. Brian continua sendo interpretado por Paul Walker, que nunca conseguiu trazer carisma suficiente ao papel. Sua performance aqui é insossa e, para piorar, Tyrese não traz nada de novo, oferecendo um desempenho superficial. A ausência de Vin Diesel é fortemente sentida, já que Tyrese não tem o mesmo impacto de presença. O filme tenta compensar essa falta com Eva Mendes, mas sua personagem é tão desinteressante quanto a trama em que está inserida.
Em termos de ação, o filme deveria se destacar, certo? Afinal, o nome Velozes está no título. No entanto, as cenas de perseguição em + Velozes + Furiosos falham em capturar a adrenalina que se esperaria. A emoção das corridas e perseguições do primeiro filme foi substituída por sequências mal coreografadas e sem intensidade. Ao contrário do ritmo frenético que o título promete, o filme é marcado por uma monotonia surpreendente em suas cenas de ação.
Outro ponto fraco é o roteiro. A tentativa de criar uma história de infiltração e espionagem se perde em um enredo que, em muitos momentos, beira o ridículo. A trama avança sem muita coerência, saltando de um ponto ao outro sem se preocupar em desenvolver qualquer aspecto dos personagens ou criar uma narrativa envolvente. A sensação é que o filme foi construído como uma desculpa para exibir carros rápidos e belas paisagens, sem se importar com a qualidade do conteúdo.
John Singleton, que já provou ser um diretor capaz em outros projetos, parece perdido aqui. As tentativas de estilizar as corridas com ângulos diferentes e closes em detalhes, como mãos e pés, acabam tornando as cenas confusas e pouco envolventes. Em vez de elevar a ação, essa abordagem distrai o espectador e drena a energia das cenas que deveriam ser eletrizantes.
Embora tenha alguns momentos de humor e interação entre Brian e Roman, esses raros lampejos de química entre os personagens não são suficientes para salvar o filme de seu ritmo lento e previsível. As tentativas de criar tensão entre os protagonistas caem por terra devido ao roteiro fraco e à falta de uma direção sólida.
No fim das contas, + Velozes + Furiosos é um exemplo clássico de uma sequência que nunca deveria ter saído do papel. Embora seja compreensível que o sucesso do filme anterior tenha gerado expectativa para um segundo capítulo, a produção falha em capturar a essência do original e entrega uma narrativa que apenas parece apressada e sem inspiração.
Em última análise, + Velozes + Furiosos é uma decepção até mesmo para os fãs mais fervorosos da franquia. Sem Vin Diesel, sem cenas de ação emocionantes e sem um roteiro minimamente envolvente, este é um filme que poderia muito bem ter passado direto para as prateleiras dos vídeos esquecidos, em vez de ocupar espaço nos cinemas.