As Marvels, a tão aguardada sequência de Capitã Marvel, prova ser uma injeção de vitalidade muito necessária para um Universo Cinematográfico da Marvel que vinha enfrentando algumas decepções recentes. Com uma duração relativamente curta de 1 hora e 45 minutos (para os padrões do Estúdio), o filme não só se conecta a várias produções anteriores, como WandaVision, Ms. Marvel e Invasão Secreta, mas também tem a capacidade de funcionar de maneira independente.
A diretora Nia DaCosta, junto com as roteiristas Megan McDonnell e Elissa Karasik, encontraram um equilíbrio admirável entre integrar a história ao universo mais amplo da Marvel e focar no desenvolvimento dos personagens e em sua aventura. Ao contrário do que se falava antes do lançamento, As Marvels se destaca como um filme ágil e repleto de energia.
A trama é simples, centrando-se na nova ameaça, Dar-Benn, líder dos Kree, que busca usar um artefato para restaurar seu planeta dilacerado pela guerra civil. No entanto, esse artefato desencadeia efeitos colaterais, levando as poderosas Capitã Marvel (Brie Larson), Capitã Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Ms. Marvel (Iman Vellani) a terem seus poderes entrelaçados. Juntas, as Marvels embarcam em uma missão para deter o plano mestre dos Kree e salvar a própria realidade.
O destaque do filme é, sem dúvida, a presença de Kamala Khan, interpretada brilhantemente por Iman Vellani. Kamala injeta uma alegria pura em cada cena, iluminando o filme e proporcionando um contraste interessante entre as heroínas mais experientes. Sua presença não apenas conecta o filme a outros elementos do universo Marvel, mas também adiciona uma camada de otimismo e inspiração, obrigando as personagens mais velhas a agirem com seus melhores “eus” para não desapontar a juventude idealista de Kamala.
As Marvels não se permite emaranhar em excessos emocionais, mantendo um ritmo ágil enquanto os destinos de várias realidades coloridas da Marvel estão em jogo. A vilã Dar-Benn é introduzida com sucesso, embora, pra variar, suas motivações não sejam tão importantes enquanto vilã. As cenas de ação são habilmente executadas, destacando as habilidades únicas das três Marvels.
Além disso, o filme surpreende com ousadias narrativas, como uma visita a um planeta onde a comunicação é feita através de canções (prato cheio para cenas musicais que você nunca imaginou ver na Marvel). Esses elementos, embora divisivos, agregam à diversão e à singularidade que um universo repleto de super-heróis deve explorar.
As Marvels não atinge o impacto avassalador de Vingadores: Ultimato, mas serve como uma prova de que o Universo Cinematográfico da Marvel ainda pode brilhar em velocidade e humor. A cena final e a cena pós-créditos proporcionam aquela empolgação típica dos lançamentos do Estúdio, e fica evidente que talvez tudo o que o Universo Marvel precisava para superar suas adversidades era mais uma dose da humanidade que o filme proporciona.
Em resumo, As Marvels é uma aventura eletrizante, uma rajada de ar fresco no crescente Universo da Marvel, garantindo risadas, ação e um vislumbre promissor do que está por vir.