Pantera Negra: Wakanda Para Sempre enfrenta a árdua tarefa de dar continuidade à saga após a perda trágica de Chadwick Boseman. Dirigido por Ryan Coogler e produzido por Kevin Feige, o filme se destaca ao não buscar substituir T’Challa, interpretado por Boseman, mas sim construir uma narrativa que honre sua memória e expanda o universo de Wakanda.
A trama se desdobra em meio à luta de Wakanda para se reerguer após a morte de T’Challa. A rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M’Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milage unem forças para proteger a nação de ameaças externas. O enredo, habilmente entrelaçado pelos roteiristas Coogler e Joe Robert Cole, mergulha na complexidade emocional dos personagens deixados no vácuo da ausência do Pantera Negra.
O elenco feminino, liderado por Letitia Wright como Shuri, se destaca como força motriz da narrativa. A perda de T’Challa deixa um vazio que essas personagens, cada uma com suas peculiaridades, tentam preencher. Angela Bassett, reprisando seu papel como Ramonda, entrega uma performance arrasadora que ecoa a fúria e o orgulho diante da tentativa do mundo de explorar Wakanda.
O filme introduz a nação subaquática de Talokan e seu rei, Namor (Tenoch Huerta), ampliando o escopo da narrativa para além das fronteiras de Wakanda. A busca por vibranium, essencial para a nação, coloca Wakanda em uma posição vulnerável, desencadeando eventos que forçam os personagens a se confrontarem com a mudança inevitável.
Sem dúvida, a ausência de Chadwick Boseman é sentida, mas Wakanda Para Sempre transforma esse vazio em um catalisador emocional. O filme evita os padrões convencionais dos blockbusters da Marvel, optando por uma abordagem mais lenta e carregada de geopolítica, proporcionando uma experiência cinematográfica única.
Letitia Wright como Shuri emerge como o ponto focal da trama, uma jornada de evolução desde a tristeza à liderança, delineando uma narrativa de perseverança e coragem. A complexidade de suas emoções e a habilidade de Wright em transmiti-las reforçam a força feminina que impulsiona o filme.
Apesar de um ritmo que, por vezes, se estende além do necessário e uma subtrama sobre Talokan que poderia ser mais sucinta, Wakanda Para Sempre cativa com sua tensão emocional. A batalha final, marcada pela intensidade e devoção dos personagens, encerra o filme com uma nota poderosa.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é mais do que uma continuação; é um tributo ao legado de Chadwick Boseman e uma evolução emocional do universo de Wakanda. O reino permanece forte, liderado por personagens que enfrentam o futuro com coragem, celebrando não apenas um herói, mas uma nação inteira.