Você já se perguntou “O que aconteceria se…?” em determinada situação de sua vida você tomasse um rumo diferente do escolhido? What if…?, primeira animação com selo Marvel Studios, faz exatamente isso. Ela vai em busca de esmiuçar os desdobramentos do que teria acontecido se algumas situações do Universo Cinematográfico do estúdio tivessem acontecido totalmente diferentes do que vimos nos filmes (coisas que devem ter acontecido em outros universos do multiverso).
Desde o primeiro episódio somos apresentados ao conceito de que existe um Vigia (Jeffrey Wright, de 007 – Sem Tempo para Morrer) que observa o prisma de diferentes possibilidades das histórias do Multiverso. É como se visitássemos as diferentes situações acompanhando o personagem (que seria ótimo de ver interpretado nos filmes live action).
Temos um universo onde ao invés de Steve Rogers tomar o soro do super soldado, Peggy Carter é forçada a fazê-lo. Outro onde os Vingadores acabam mortos antes mesmo de se juntarem a equipe. Outro no qual um vírus retorna do Reino Quântico junto ao resgate de Janet Van Dyne transformando quase todos em zumbis. E por aí vai! Já dá para entender o conceito.
A animação é funcional. Não há nada de novo no estilo visual dos traços ou das técnicas computacionais empregadas no desenvolvimento da temporada. Mas até mesmo isso funciona. Rapidamente somos levados aos diferentes mundos, apresentados às diferentes variantes de personagens que já amamos no “nosso universo”. E se tivéssemos algo muito elaborado, talvez acabasse por chamar mais atenção do que a história em si.
O pacote funciona como um todo e ao longo dos episódios vamos nos envolvendo cada vez mais com o conceito (os últimos episódios dão um belo show do que podemos esperar em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura).
A série é carregada pelo carisma dos seus personagens. O episódio final, por exemplo, se baseia muito nisso, ao revisitar alguns dos personagens que conhecemos ao longo da temporada. A amizade forjada entre Capitã Carter (Hayley Atwell) e Viúva Negra (Lake Bell) é o melhor exemplo desse carisma sendo usado ao favor da série. A roteirista cria, no finale da série, uma história de super time onde os arcos mais importantes pertencem às personagens femininas, e isso é algo notável para um Universo Cinematográfico onde, no princípio, as mulheres não eram reconhecidas.
Não sabemos o quanto de What if…? terá impacto daqui pra frente dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Mas uma coisa podemos ter certeza: a animação é um ótimo respiro dentro de uma narrativa transmídia coesa como a construída até aqui. Seria ótimo reencontrar alguns dessas variantes em “carne e osso” em algum dos próximos projetos do estúdio, sem dúvidas.
