007 A Serviço Secreto de Sua Majestade

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“007 A Serviço Secreto de Sua Majestade”: O amor e a ação em um novo capítulo

007 A Serviço Secreto de Sua Majestade é, em muitos aspectos, um dos melhores capítulos da longa franquia de James Bond, trazendo algumas das sequências de ação mais envolventes da série e uma história de amor verdadeiramente tocante. Este filme também marca um momento único na carreira do agente 007, com Bond questionando sua lealdade ao Serviço Secreto Britânico. O único ponto fraco, no entanto, está no próprio Bond. Após a saída de Sean Connery em Com 007 Só Se Vive Duas Vezes, os produtores optaram por George Lazenby para substituí-lo, uma escolha que não se mostrou à altura do papel.

A introdução de Lazenby em 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade é curiosa. Inicialmente, o rosto de Bond não é revelado, apenas o vemos de costas, enquanto o icônico tema musical toca. Não há dúvidas sobre quem está na tela, mas a revelação do novo rosto do agente acontece logo após uma briga na praia. Bond faz uma referência sutil à troca de ator: “Isso nunca aconteceu com o outro sujeito.” É um momento que tenta quebrar o gelo, mas acaba reforçando a falta que Connery faz.

Apesar de Lazenby ser competente nas cenas de ação, ele falha em transmitir o carisma e a sofisticação que marcaram o Bond de Connery. Sua performance é rígida, e ele parece tentar imitar o estilo de seu antecessor, o que só torna mais evidente a ausência de Connery. Uma comparação inevitável que prejudica o impacto do novo 007, algo que Roger Moore sabiamente evitou quando assumiu o papel em 007 Viva e Deixe Morrer.

Ainda assim, 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade é um filme excepcional, principalmente por ser o único em que Bond realmente se apaixona. A relação entre ele e Tracy (Diana Rigg) é o coração do filme. Tracy, a filha problemática de um chefe do crime europeu, Draco (Gabriele Ferzetti), conquista Bond de maneira que nenhuma outra mulher fez antes. O romance ocupa boa parte do início e do final do filme, e é surpreendente ver um lado mais sensível de 007 em uma franquia geralmente mais focada na ação.

A química entre Lazenby e Rigg é desigual, com a atriz roubando a cena em diversos momentos. Tracy é uma personagem forte e independente, e a performance de Rigg faz com que seja fácil entender por que Bond se apaixonaria por ela. Três momentos são particularmente marcantes: Bond enxugando as lágrimas de Tracy, o pedido de casamento e a cena final, que é uma das mais emocionantes de toda a série.

Além do romance, o filme traz de volta o icônico Blofeld, agora interpretado por Telly Savalas. Desta vez, Blofeld está planejando uma guerra biológica a partir de uma clínica nos Alpes, e Bond, disfarçado como genealogista, tenta se infiltrar para impedir o plano. O confronto entre os dois personagens é intenso, embora o fato de Blofeld não reconhecer Bond (apesar de terem se encontrado em Com 007 Só Se Vive Duas Vezes) seja um tanto estranho – talvez a mudança para Lazenby tenha confundido até o vilão.

Os últimos trinta minutos de 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade são de tirar o fôlego, com cenas de ação quase ininterruptas. Há uma sequência de esqui noturna impressionante, uma perseguição de carro em ruas cobertas de gelo, uma avalanche e um confronto final em um trenó. O diretor Peter Hunt conduz essas cenas com maestria, garantindo que o público fique na beira da poltrona até o final.

Outro destaque é a trilha sonora de John Barry, considerada uma das melhores de toda a série. A ausência de uma música-tema com letra é compensada pela abertura instrumental arrebatadora. Além disso, a canção “We Have All the Time in the World”, interpretada por Louis Armstrong, complementa perfeitamente o romance entre Bond e Tracy, criando uma atmosfera emocional única para a saga do espião.

Mesmo com suas falhas, principalmente em relação ao desempenho de Lazenby, 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade continua sendo uma peça essencial da franquia. É um filme que ousou ser diferente, oferecendo um Bond mais vulnerável e uma história que vai além das explosões e perseguições. Connery pode ter retornado em 007 – Os Diamantes São Eternos, mas este capítulo deixou uma marca profunda na mitologia do agente secreto mais famoso do cinema.

Conheça os demais filmes da franquia

Clique nos pôsteres para ler nossa crítica sobre o filme.

007 CONTRA O SATÂNICO DR. NO
(1962)

MOSCOU CONTRA 007
(1963)

007 CONTRA GOLDFINGER
(1964)

007 CONTRA A CHANTAGEM ATÔMICA
(1964)

COM 007 SÓ SE VIVE DUAS VEZES
(1967)

007 A SERVIÇO SECRETO DE SUA MAJESTADE
(1969)

007 - OS DIAMANTES SÃO ETERNOS
(1971)

COM 007 VIVA E DEIXE MORRER
(1973)

007 CONTRA O HOMEM COM A PISTOLA DE OURO
(1974)

007 - O ESPIÃO QUE ME AMAVA
(1977)

007 CONTRA O FOGUETE DA MORTE
(1979)

007 - SOMENTE PARA SEUS OLHOS
(1981)

007 CONTRA OCTOPUSSY
(1983)

007 - NUNCA MAIS OUTRA VEZ
(1983)

007 NA MIRA DOS ASSASSINOS
(1985)

007 - MARCADO PARA A MORTE
(1987)

007 - PERMISSÃO PARA MATAR
(1989)

007 CONTRA GOLDEYE
(1995)

007 - O AMANHÃ NUNCA MORRE
(1997)

007 - O MUNDO NÃO É O BASTANTE
(1999)

007 - UM NOVO DIA PARA MORRER
(2002)

007 - CASSINO ROYALE
(2006)

007 - QUANTUM OF SOLACE
(2008)

007 - OPERAÇÃO SKYFALL
(2012)

007 - CONTRA SPECTRE
(2015)

007 - SEM TEMPO PARA MORRER
(2021)