007 – Nunca Mais Outra Vez

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“007 - Nunca Mais Outra Vez”: Um retorno nostálgico, mas cheio de problemas

007 – Nunca Mais Outra Vez marcou o retorno inesperado de Sean Connery ao papel de James Bond após mais de uma década longe da franquia. O título do filme, que brinca com a promessa de Connery de nunca mais interpretar o espião britânico, aumentou as expectativas dos fãs que estavam ansiosos para rever o ator no papel que o consagrou. No entanto, o entusiasmo inicial logo deu lugar a uma certa decepção, uma vez que o filme, embora nostálgico, falha em entregar uma experiência à altura do legado do ator e do personagem.

A trama de 007 – Nunca Mais Outra Vez é uma reinterpretação de 007 Contra a Chantagem Atômica, de 1965, com a Spectre mais uma vez roubando mísseis nucleares e ameaçando o mundo. Embora a premissa seja familiar, o roteiro, repleto de diálogos exagerados e situações pouco inspiradas, acaba enfraquecendo a tensão. Kevin McClory, produtor e co-roteirista do filme original, ganhou os direitos de refazer essa história, mas o resultado não consegue capturar o espírito de ação e charme que marcaram os filmes anteriores de Bond.

O ponto alto de 007 – Nunca Mais Outra Vez é, sem dúvida, o retorno de Connery. Mesmo aos 53 anos, ele ainda mantém a presença magnética que definiu o personagem nos anos 1960. Seu humor sarcástico e a elegância com que conduz o papel são os principais motivos pelos quais o filme é lembrado. No entanto, o envelhecimento natural do ator traz algumas limitações, com Connery entregando mais piadas do que cenas de ação intensas, o que torna o filme menos dinâmico do que outras aventuras de 007.

A direção do filme é um ponto fraco. Enquanto o esqueleto da história permanece semelhante ao de 007 Contra a Chantagem Atômica, a execução é arrastada e falta o senso de urgência que as melhores aventuras de Bond possuem. As cenas de ação, que sempre foram um marco da franquia, são decepcionantes aqui. A única sequência memorável é uma perseguição de moto, mas mesmo essa cena carece da adrenalina e do estilo característicos dos filmes de Bond.

A ausência da icônica trilha sonora de John Barry também pesa contra o filme. A música de Michel Legrand simplesmente não consegue preencher o vazio deixado pela falta do clássico tema de 007. Em um filme que já luta para manter o público engajado, essa falha musical sublinha ainda mais a falta de conexão com o que os fãs esperam de um filme de James Bond.

O elenco de apoio é variado em termos de desempenho. Klaus Maria Brandauer se sai bem como Largo, trazendo uma sofisticação que difere da versão original do personagem. Max von Sydow, embora subutilizado, é um dos Blofelds mais convincentes da franquia. Já Kim Basinger, no papel de Domino, decepciona com uma atuação fraca, que não faz jus à importância da personagem na trama. Barbara Carrera, como a vilã Fatima, é um dos poucos destaques, entregando uma performance divertida e exagerada.

Um dos maiores problemas de 007 – Nunca Mais Outra Vez é a desconexão com o universo tradicional de James Bond. A ausência dos rostos familiares de M (tradicionalmente interpretado por Bernard Lee), Q (Desmond Llewelyn) e Moneypenny (Lois Maxwell) faz com que o filme pareça um estranho na série. Edward Fox, Alec McCowen e Pamela Salem assumem esses papéis, mas não conseguem trazer a mesma química que fez dessas figuras coadjuvantes parte essencial da franquia.

Em 1983, houve um confronto curioso entre dois filmes de James Bond: 007 – Nunca Mais Outra Vez com Connery e 007 Contra Octopussy com Roger Moore. Embora ambos os filmes tenham falhado em ser memoráveis, o simples fato de ver Connery de volta ao papel oferece um entretenimento leve e nostálgico. Infelizmente, a promessa de um retorno triunfante é ofuscada por um roteiro fraco e uma direção sem inspiração, resultando em um filme que, apesar de ter o charme de Connery, não consegue ser uma das grandes aventuras de James Bond.

Em resumo, 007 – Nunca Mais Outra Vez é um filme que se apoia fortemente no apelo nostálgico de Sean Connery, mas falha em entregar uma experiência à altura das expectativas. Para os fãs do ator, é uma oportunidade única de vê-lo no papel que o tornou famoso mais uma vez, mas o filme em si deixa muito a desejar, tanto em termos de trama quanto de execução.

Conheça os demais filmes da franquia

Clique nos pôsteres para ler nossa crítica sobre o filme.

007 CONTRA O SATÂNICO DR. NO
(1962)

MOSCOU CONTRA 007
(1963)

007 CONTRA GOLDFINGER
(1964)

007 CONTRA A CHANTAGEM ATÔMICA
(1964)

COM 007 SÓ SE VIVE DUAS VEZES
(1967)

007 A SERVIÇO SECRETO DE SUA MAJESTADE
(1969)

007 - OS DIAMANTES SÃO ETERNOS
(1971)

COM 007 VIVA E DEIXE MORRER
(1973)

007 CONTRA O HOMEM COM A PISTOLA DE OURO
(1974)

007 - O ESPIÃO QUE ME AMAVA
(1977)

007 CONTRA O FOGUETE DA MORTE
(1979)

007 - SOMENTE PARA SEUS OLHOS
(1981)

007 CONTRA OCTOPUSSY
(1983)

007 - NUNCA MAIS OUTRA VEZ
(1983)

007 NA MIRA DOS ASSASSINOS
(1985)

007 - MARCADO PARA A MORTE
(1987)

007 - PERMISSÃO PARA MATAR
(1989)

007 CONTRA GOLDEYE
(1995)

007 - O AMANHÃ NUNCA MORRE
(1997)

007 - O MUNDO NÃO É O BASTANTE
(1999)

007 - UM NOVO DIA PARA MORRER
(2002)

007 - CASSINO ROYALE
(2006)

007 - QUANTUM OF SOLACE
(2008)

007 - OPERAÇÃO SKYFALL
(2012)

007 - CONTRA SPECTRE
(2015)

007 - SEM TEMPO PARA MORRER
(2021)