007 – O Espião Que Me Amava

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“007 - O Espião Que Me Amava”: O melhor de Roger Moore como James Bond

De todos os filmes de Roger Moore como James Bond, 007 – O Espião Que Me Amava se destaca como o melhor. Após o tom exagerado de 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro, esta aventura consegue equilibrar ação, estilo e humor de forma impecável, trazendo Moore em sua melhor forma. Embora o roteiro não seja baseado no romance homônimo de Ian Fleming, o filme oferece uma representação memorável do icônico espião britânico, rivalizando com os melhores momentos da era Connery.

Aqui, Roger Moore finalmente começa a moldar seu Bond com mais personalidade, abandonando o excesso de bobeira que marcaria suas aparições posteriores. Nesta versão, o agente 007 é elegante, sofisticado e bem-humorado, mas sem perder a habilidade como homem de ação. Moore sabe que não é Sean Connery e, ao invés de tentar imitar seu antecessor, ele busca seu próprio caminho, criando um Bond que é único, sem perder o charme essencial do personagem.

O vilão da vez é Stromberg (Curt Jurgens), um megalomaníaco com planos de destruir a civilização para construir uma nova cidade submarina. O plano de Stromberg envolve o uso de submarinos britânicos e soviéticos roubados para iniciar um holocausto nuclear. Cabe a 007, ao lado de sua contraparte russa, a Major Anya Amasova, também conhecida como agente Triple-X (Barbara Bach), impedir o desastre iminente. No entanto, a missão é complicada pelo fato de que Anya guarda um rancor pessoal contra Bond e não hesitará em matá-lo quando surgir a oportunidade.

007 – O Espião Que Me Amava também marca a primeira aparição de Jaws (Richard Kiel), um dos vilões mais icônicos da franquia. Com sua imponente presença física e dentes de aço, Jaws se torna um adversário formidável para Bond, sobrevivendo a confrontos onde muitos outros falharam. Sua inclusão traz um elemento de ameaça constante, e é divertido ver como Bond consegue escapar de suas investidas.

Barbara Bach, como Major Amasova, é uma adição bem-vinda ao elenco. Sua personagem é inteligente, sexy e perigosa, formando um contraponto interessante para 007. A dinâmica entre os dois é repleta de trocadilhos e duplos sentidos, com uma química que vai além do típico relacionamento superficial das Bond girls. Embora não se trate de um envolvimento profundo, há uma certa ternura na relação de Bond com Anya, um eco distante do que ele já experimentou no passado, especialmente após a morte de sua esposa em 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade.

Outra Bond girl do filme é Naomi, interpretada por Caroline Munro, embora sua participação seja bem menor. Ela surge para seduzir Bond antes de tentar matá-lo, num dos momentos mais intensos do filme. O desempenho de Jurgens como Stromberg é competente, sem grandes exageros, o que o diferencia de outros vilões mais excêntricos da franquia. Além disso, o filme traz de volta personagens icônicos como Moneypenny (Lois Maxwell), M (Bernard Lee) e Q (Desmond Llewlyn), reforçando a familiaridade e continuidade da série.

Um dos momentos mais marcantes de 007 – O Espião Que Me Amava acontece logo na sequência pré-créditos. Após uma emocionante perseguição de esqui, Bond salta de um penhasco, abrindo um paraquedas com a bandeira britânica. Essa cena, executada pelo dublê Rick Sylvester, é um dos feitos mais memoráveis da franquia e prepara o terreno para a icônica música tema “Nobody Does It Better”, cantada por Carly Simon. A direção de Lewis Gilbert mantém o ritmo intenso ao longo do filme, com sequências de ação bem coreografadas e visualmente impactantes.

Como em qualquer filme de Bond, os gadgets estão presentes. Desta vez, temos desde cigarros venenosos até bastões de esqui que disparam projéteis. No entanto, o destaque vai para o Lotus Esprit, um carro que pode se transformar em submarino. Esses brinquedos são parte da diversão que torna a experiência Bond tão envolvente. Embora o enredo de 007 – O Espião Que Me Amava não seja exatamente inovador, o filme compensa com entretenimento leve e despretensioso, mantendo o público vidrado.

Por fim, 007 – O Espião Que Me Amava consolidou seu lugar como uma das aventuras mais envolventes de James Bond, sendo um dos pontos altos da era Roger Moore. Mesmo aqueles que deixaram de acompanhar a franquia após a saída de Sean Connery deveriam ter dado uma chance a este filme. Ele oferece tudo o que se espera de um clássico de 007: ação, charme, vilões memoráveis e, claro, Bond, James Bond em sua melhor forma.

Conheça os demais filmes da franquia

Clique nos pôsteres para ler nossa crítica sobre o filme.

007 CONTRA O SATÂNICO DR. NO
(1962)

MOSCOU CONTRA 007
(1963)

007 CONTRA GOLDFINGER
(1964)

007 CONTRA A CHANTAGEM ATÔMICA
(1964)

COM 007 SÓ SE VIVE DUAS VEZES
(1967)

007 A SERVIÇO SECRETO DE SUA MAJESTADE
(1969)

007 - OS DIAMANTES SÃO ETERNOS
(1971)

COM 007 VIVA E DEIXE MORRER
(1973)

007 CONTRA O HOMEM COM A PISTOLA DE OURO
(1974)

007 - O ESPIÃO QUE ME AMAVA
(1977)

007 CONTRA O FOGUETE DA MORTE
(1979)

007 - SOMENTE PARA SEUS OLHOS
(1981)

007 CONTRA OCTOPUSSY
(1983)

007 - NUNCA MAIS OUTRA VEZ
(1983)

007 NA MIRA DOS ASSASSINOS
(1985)

007 - MARCADO PARA A MORTE
(1987)

007 - PERMISSÃO PARA MATAR
(1989)

007 CONTRA GOLDEYE
(1995)

007 - O AMANHÃ NUNCA MORRE
(1997)

007 - O MUNDO NÃO É O BASTANTE
(1999)

007 - UM NOVO DIA PARA MORRER
(2002)

007 - CASSINO ROYALE
(2006)

007 - QUANTUM OF SOLACE
(2008)

007 - OPERAÇÃO SKYFALL
(2012)

007 - CONTRA SPECTRE
(2015)

007 - SEM TEMPO PARA MORRER
(2021)